O ano de 2016 foi o melhor de sempre para os municípios que integram a Rota da Terra Fria Transmontana, segundo revela a Associação de Municípios da Terra Fria do Nordeste Transmontano (AMTFNT), que tem vindo a monitorizar os dados estatísticos referentes aos concelhos de Bragança, Miranda do Douro, Mogadouro, Vimioso e Vinhais. Através de uma análise aos dados do INE, Francisco Guimarães, presidente da AMTFNT, não hesita em afirmar que 2016 foi o melhor ano de sempre do turismo na Terra Fria Transmontana.
Pela primeira vez foi ultrapassada a barreira das 200 mil dormidas (215.438), registando-se um aumento de 76.836 face ao ano de 2015. Este aumento verificou-se em todos os concelhos. No mesmo ano, houve um aumento de 55% das dormidas face a 2015 (em 2015 tinha havido um crescimento de 11% face a 2014). Em termos comparativos, a nível nacional, registou-se um crescimento de 11,1% e no Norte do País um crescimento de 10,70% face a 2015, portanto a TFT cresceu quatro vezes mais.
A nível mensal houve um crescimento praticamente integral, havendo apenas o mês de dezembro que teve uma quebra de 5% (-436 dormidas). De salientar o aumento no mês de agosto (158%), julho (91%) e março (62%); nos restantes houve sempre aumentos de dois pontos percentuais.
A estada média foi de 1,89 dias quando, em 2015, tinha sido de 1,34 dias. De notar que houve meses – julho e agosto – que ultrapassaram os dois dias de estada média, sendo que este dado é ainda mais relevante porque o número de hóspedes também aumentou. O número de hóspedes aumentou 32.532 face ao ano de 2015.
O valor gerado foi de 14.649.784,00€ (dormidas x68€ “valor médio que o turista gasta no Norte”).
Em termos de caraterização dos hóspedes verifica-se que 71% são portugueses e 29% estrangeiros, pela seguinte ordem: 1º Espanha; 2º França; 3º Brasil; 4º Países Baixos; 5º Alemanha; 6º Reino Unido; 7º Bélgica; 8º Itália; 9º Europa de Leste e Escandinávia; 10º outros países.
O período de visita preferencial dos turistas é entre maio a outubro, pelo menos 70% dos portugueses e 77% dos estrangeiros o fazem nesta altura do ano, sendo que 31% dos portugueses e 25% dos estrangeiros preferem o mês agosto, respetivamente.
O aumento da Terra Fria Transmontana supera os dados de crescimento do turismo em Portugal, demonstrando que todo o potencial turístico da região de facto existe e demonstrando também que estava perante valores baixos porque o destino não tinha condições de organização, de produto e de comunicação, que foram debeladas parcialmente pelo projeto das Escapadinhas na Rota da Terra Fria Transmontana, refere a mesma nota.
A associação esclarece que há vários fatores que influenciaram estes resultados, desde logo o boom turístico que o país atravessa, eventos cada vez mais atrativos nos vários concelhos e o trabalho desenvolvido pela AMTFNT com a organização e implementação de campanhas de comunicação da Rota da Terra Fria Transmontana (2014 e 2015), assim como o contínuo trabalho a nível online, quer no portal da rota como nas redes sociais, as famtrips realizadas, as participações em feiras e o aperfeiçoamento e criação de novos produtos em colaboração com agentes privados têm sido instrumentos de efetiva importância para a obtenção destes resultados.
Consciente de que é necessário estar sempre a inovar e a criar novos atrativos/produtos para chamar a atenção dos potenciais turistas e interessados e, dessa forma atenuar o fenómeno da sazonalidade, a associação realizou a Agenda das
Festas de Inverno que condensa um dos maiores ativos culturais da região. O objetivo é criar um elemento que passe a ser anualmente produzido de forma a informar e mostrar a diversidade e ancestralidade destas festas, que se iniciam ainda antes do Natal e se prolongam até ao carnaval. Este período coincide com alguns dos meses em que os resultados turísticos podem melhorar substancialmente, por isso, este atrativo/produto faz ainda mais sentido.
Está implícito a este encarte, o propósito de o transformar num produto turístico, por isso é que são identificados dois agentes parceiros da Rota para prestarem serviços de guia, apoio e até de reservas de programas específicos aos potenciais
clientes.