O Fórum de Turismo Interno “Vê Portugal”, organizado pelo Turismo Centro de Portugal, está de regresso para a sua 5.ª edição, a realizar-se a 7 e 8 de maio, no Teatro Municipal da Guarda. A apresentação do evento decorreu ontem na Guarda e hoje em Lisboa.
Durante a apresentação em Lisboa, Pedro Machado, presidente do Turismo Centro de Portugal, realçou a importância de se refletir e debater o turismo interno, nomeadamente, o turismo no Centro do país.
“O Centro de Portugal, à semelhança de Portugal, tem ainda problemas estruturantes para resolver quando falamos na sazonalidade, quando falamos na estadia média e quando falamos na litoralização da atividade turística. Se é o primeiro mercado [interno] é, seguramente, aquele que está cá 365 dias por ano e que nos permite alavancar uma estratégia consistente e duradoura de fazer com que os portugueses passem férias no seu próprio país, preferencialmente no Centro de Portugal, e por via disso que nos ajudam a combater essas três fragilidades”, afirmou.
Pedro Machado realçou ainda que o Fórum, numa perspetiva mais abrangente, engloba também o mercado espanhol. O presidente do Turismo de Portugal aponta que, em 2017, Espanha cresceu 11% em termos de hóspedes e dormidas (700 mil), o que reflete “um horizonte que nos pode permitir facilmente alvejar 20 milhões de consumidores juntando o mercado nacional com este mercado periférico, que é o mercado interno alargado”.
Guarda foi a cidade escolhida para receber mais uma edição do Forúm, com o objetivo de “percorrer as capitais de distrito” do país – depois de Viseu, Aveiro, Coimbra e Leiria – e por representar “todo o perímetro da Serra da Estrela”. São esperados cerca de 400 visitantes.
Turismo de natureza e outros temas em discussão
São seis painéis onde diversos especialistas nacionais e internacionais vão apontar caminhos para o futuro do turismo. Os temas são: “Turismo de Natureza: Que Desafios para a Sustentabilidade?”; “Turismo de Interior – Desafios e Tendências”; “Inovação, Competitividade e Coesão”, “Novas Tendências na Promoção dos Destinos”; “Novas Tendências da Procura Turística” e “Património e Turismo, uma Relação Estratégica?”.
Pedro Machado destaca o primeiro painel, sobre o futuro do turismo de natureza, como “particularmente apelativo”. O ano passado “veio provar e mostrar que destinos já com um grau significativo de maturidade podem, como aconteceu, ser profundamente transformados por força de um conjunto de fenómenos, neste caso concreto foram os incêndios”, explicou.
O presidente do Turismo Centro Portugal nota que o interior do país continua a ter os mesmos territórios e empresários mas que em causa está “como é que vamos perspetivar 2018 sabendo que a paisagem ficou profundamente atingida e uma parte significativa da valência que era atribuída ao turismo de natureza hoje está equacionada”. A aposta no turismo cultural, pode ser uma opção.
O assunto vai ser debatido por Miguel Freitas, secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, e por Domingos Xavier Viegas, coordenador do Centro de Estudos sobre Incêndios Florestais, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, e responsável pelo relatório dos incêndios de 2017.