Esta é a opinião de Vitor Eira, diretor de Vendas e Marketing do Dolce CampoReal Lisboa, que em entrevista ao Ambitur.pt a propósito do Dia Mundial de Turismo – que este ano é dedicado ao Turismo Sustentável – defende que “todo o turismo devia ser sustentável”. Para o profissional, que trabalha num resort que este ano consolidou a sua posição enquanto empreendimento turístico sustentável com a conquista do galardão Green Key, os agentes turísticos, que trabalham com os elementos endógenos das regiões onde se encontram, deveriam ter como “função e preocupação preservar ao máximo todos esses elementos, que tornam os nossos destinos únicos. E acrescenta que “só quando todos ganharmos consciência disso, o que penso já estar a acontecer, o turismo deixará de ser visto como uma ameaça para passar a ser um impulsionador à preservação ambiental”.
Vítor Eira admite haver ainda alguns desafios pela frente em Portugal, sobretudo em determinados destinos que vivem muito do turismo de massas. Para o responsável do Dolce CampoReal Lisboa, o principal desafio é conseguir uma operação financeiramente sustentável e ambientalmente eficiente.
“Para os hotéis construídos de raiz com essas preocupações, tudo se torna mais fácil. Mas para as unidades, como a nossa, que necessitam de fazer adaptações estruturais, tudo se torna mais difícil. Acredito que para muitos hotéis será mesmo impossível a não ser que se criem incentivos governamentais”, sublinha Vítor Eira.
O exemplo do Dolce CampoReal Lisboa
Localizado em plena área protegida das Serras do Socorro e Archeira, o Dolce CampoReal Lisboa tem vindo a implementar, desde a sua abertura, medidas que reduzam a sua pegada ecológica. Apesar do aumento substancial na ocupação, Vítor Eira explica que o hotel conseguiu, nos últimos anos, diminuir o consumo de energia e recursos hídricos. E isso essencialmente através da utilização de iluminação LED e sensores de movimento, bem como da aplicação de redutores de caudal nos quartos ou do aproveitamente de água das chuvas para rega do campo de golfe e áreas ajardinadas. O resort tem apostado também na promoção de produtos endógenos, através de parcerias com fornecedores locais, e tem introduzido alguns produtos de origem biológica, tendo mesmo uma horta ao cuidado dos próprios colaboradores.
“Apesar das vitórias alcançadas ainda temos um longo caminho a percorrer, nomeadamente ao nível da reciclagem”, reconhece o responsável. Para isso, o Dolce CampoReal Lisboa está a remodelar toda a área de tratamento de resíduos e a dar formação aos colaboradores, bem como a sensibilizar hóspedes, partilhando recomendações para que possam tornar a sua estadia mais sustentável.