Os estabelecimentos hoteleiros registaram 1,1 milhões de hóspedes e 2,9 milhões de dormidas em novembro de 2016, o que se refletiu em crescimentos homólogos de 12,6% e 14,7%, respetivamente (+13,1% e +12,8% em outubro), indica o relatório divulgado hoje pelo INE. O mercado interno desacelerou significativamente (+3,9% face a +13,0% no mês anterior), contrariamente aos mercados externos que aceleraram (+19,5% em novembro face +12,7% em outubro), com o contributo de um importante evento internacional em Lisboa.
A estada média (2,56 noites) aumentou ligeiramente (+1,9%), enquanto a taxa de ocupação-cama subiu 3,8 p.p. para 34,8%. A evolução dos proveitos foi expressiva (+23,6% para os proveitos totais e +26,2% para os de aposento) e superou a do mês anterior (+20,4% e +21,8%).
Dormidas com aceleração
Em novembro de 2016, a hotelaria registou 1,1 milhões de hóspedes e 2,9 milhões de dormidas (+12,6% e +14,7%), com ligeira desaceleração nos hóspedes (+13,1% em outubro) e aceleração nas dormidas (+12,8% no mês anterior).
No período de janeiro a novembro os aumentos foram menos expressivos (+9,9% e +9,5%, respetivamente).
Os hotéis, com acréscimo assinalável (+16,7%) nomeadamente nas unidades de quatro estrelas (+21,9%),
aumentaram a sua quota (73,6% das dormidas totais face a 72,4% em novembro de 2015). São também de assinalar os resultados das pousadas (+21,1%) e dos hotéis-apartamentos (+17,2%).
Aumentos expressivos dos mercados externos
O mercado interno, com 797,1 mil dormidas, desacelerou fortemente (+3,9% em novembro face a +13,0% em
outubro).
Os mercados externos registaram um crescimento significativo das dormidas (+19,5%; 2,1 milhões), que superou os dos meses anteriores (+12,7% em outubro e +7,9% em setembro). Considerando o movimento dos 11 primeiros meses do ano, observaram-se subidas de 5,2% nas dormidas de residentes e de 11,3% nas de não residentes.
Evolução positiva dos principais mercados
Os 13 principais mercados emissores concentraram 81,5% das dormidas de não residentes (tal como em novembro de 2015) e apresentaram evolução positiva generalizada.
O Reino Unido, com uma quota de 19,2%, acelerou notoriamente (+13,9% de dormidas, face a +4,1% em outubro), sem contudo atingir os aumentos dos primeiros quatro meses do ano. No período acumulado de janeiro a novembro o aumento das dormidas fixou-se em 9,6%.
O mercado alemão (16,8% das dormidas de não residentes), registou uma subida equivalente à do mês anterior
(+13,6%), tendo sido de 9,7% o aumento das dormidas registadas nos onze primeiros meses do ano.
As dormidas do mercado espanhol aumentaram 6,4%, mais que em outubro (+2,7%) e em setembro (+4,2%), mas aquém do acumulado dos onze primeiros meses (+9,1%). Sendo o terceiro maior mercado em novembro, o seu peso relativo reduziu-se (8,2% face a 9,2% em novembro de 2015).
França manteve uma evolução fortemente positiva (+22,1%), no entanto inferior à de outubro (+31,9%); representou 7,7% das dormidas de não residentes, pouco oscilando face a igual mês do ano anterior (7,5%).
O INE destaca o crescimento do mercado brasileiro (+94,7%), que compara com resultados muito desfavoráveis no mês homólogo do ano anterior (-20,1%). A representatividade deste mercado cresceu assim de 3,9% em novembro de 2015 para 6,3% em novembro de 2016, com a procura a ser reforçada nomeadamente através de operadores turísticos. Destaca-se também a evolução do mercado irlandês (+35,6%) e do norte-americano (+29,5%).
Dormidas de não residentes aumentaram cerca de 20% e aceleraram 9,8 p.p. na AM Lisboa
As dormidas aumentaram em todas as regiões, mais acentuadamente nos Açores (+25,0%), Algarve (+19,5%), Lisboa (+15,6%) e Norte (+15,2%). O principal destino foi Lisboa (31,3% do total), secundado pelo Algarve (22,2%) e
Madeira (17,4%).
A evolução do mercado interno atingiu maior expressão na Madeira (+14,7%), sendo também de assinalar o Algarve (+8,9%). Açores e Lisboa não apresentaram alterações sensíveis. Os residentes escolheram preferencialmente Lisboa (26,9% das dormidas do mercado interno), Norte (25,8%) e Centro (20,4%).
As dormidas de não residentes aumentaram expressivamente em todas as regiões: Açores (+59,6%), Norte (+27,1%), Lisboa (+21,5%) e Algarve (+21,4%). Lisboa foi a região com maior procura (32,9%), seguida pelo Algarve (26,5%) e Madeira (22,3%).
Refira-se que o aumento das dormidas em Lisboa por parte de não residentes foi o maior desde fevereiro de 2015 (+22,1%) e representou uma aceleração de 9,8 p.p. relativamente ao observado no mês anterior. Estes resultados de novembro estão associados à realização de um importante evento internacional cujo impacto se poderá ter estendido também a outras regiões do país.
Recuperação da estada média
A estada média aumentou 1,9% e situou-se em 2,56 noites, interrompendo a tendência negativa dos dois últimos meses (-0,3% em outubro e -1,0% em setembro). No período de janeiro a novembro a evolução deste indicador foi negativa (-0,4%; 2,84 noites).
As Regiões Autónomas registaram permanências médias elevadas (5,68 noites na Madeira e 2,99 nos Açores), sendo de destacar também o Algarve (4,23).
Os Açores registaram o maior aumento nas estadias (+10,8%), enquanto no Alentejo houve redução de 3,1%.
Taxa de ocupação manteve crescimento
A taxa líquida de ocupação-cama fixou-se em 34,8%, correspondendo a um aumento de 3,8 p.p., semelhante ao do mês anterior (+3,7 p.p.).
No conjunto dos 11 primeiros meses do ano a taxa de ocupação foi 50,2% (+2,4 p.p.).
Os valores mais elevados deste indicador ocorreram na Madeira (61,0%), Lisboa (46,3%) e Norte (33,6%), cabendo a Lisboa e Madeira os maiores incrementos (+5,5 p.p. e +5,3 p.p.). O Alentejo foi a única região com evolução negativa (-0,7 p.p.).
Proveitos com aumento significativo
Os proveitos totais atingiram 153,7 milhões de euros e os de aposento 106,2 milhões de euros (+23,6% e
+26,2%), acelerando face ao mês anterior (+20,4% e +21,8%). No período de janeiro a novembro a evolução foi um pouco menos expressiva (+17,1% de proveitos totais e +18,1% de proveitos de aposento).
Todas as regiões apresentaram aumentos significativos dos proveitos, principalmente Lisboa (+30,6% nos proveitos totais e +34,4% nos de aposento, face a +17,6% e +18,4% em outubro), sendo também de referir o Norte (+23,5% e +28,0%) e o Algarve (+25,5% e +26,5%).
O rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) registou um assinalável aumento (+23,2%; 28,1 euros), superior ao dos últimos meses (+16,4% em outubro e +12,1% em setembro).
No conjunto dos 11 primeiros meses do ano, o RevPAR atingiu 44,3 euros (+13,6%).
Lisboa foi a região com maior RevPAR (51,9 €) e com o maior crescimento (+31,8%). As regiões Norte e Algarve
destacaram-se com aumentos de 29,3% e 24,2%, respetivamente.
Entre as várias categorias, destacaram-se os hotéis de quatro e cinco estrelas com aumentos expressivos no
RevPAR (28,8% e 20,2%) para 33,4 € e 57,4 €, sendo ainda de referir as subidas verificadas nos hotéis-apartamentos de três e duas estrelas (+19,0%) e nos apartamentos turísticos (+18,9%).