A secretaria de Estado do Turismo está a estudar “a melhor forma de incluir no sistema de classificação dos hotéis, indicadores que valorizem os recursos humanos e o serviço”. Esta foi uma novidade tornada pública ontem no XII Congresso da ADHP, que decorre até hoje em Lisboa.
Na sua intervenção, Ana Mendes Godinho, secretária de Estado do Turismo voltou a frisar a importância de garantir que “temos recursos humanos qualificados” em todos os pontos turísticos do nosso país. Afirmando que “é preciso cada vez mais valorizar as pessoas que trabalham no turismo”, a responsável tornou público que lançou à ADHP um repto para que a associação a ajudasse a “encontrar uma forma de incluir no sistema de classificação dos hotéis indicadores que valorizem os recursos humanos e o serviço”. Aos jornalistas, e à margem do evento, o presidente da ADHP, Raul Ribeiro, avançou que a proposta “formal” da associação foi entregue a semana passada. “A partir de agora terá que haver negociação com as outras associações, principalmente com as empresariais que podem ter algo contra ou a melhorar”, acrescentou.
Como explicou Raul Ribeiro, “quando a secretária de Estado tomou posse, tivemos uma reunião com ela e demos-lhe a conhecer o nosso descontentamento em relação à profissão de diretor de hotel, que íamos propor uma solução para combater esta realidade e que seria a introdução de alguns pontos de recursos humanos nos requisitos e a Secretária de Estado do Turismo achou bem”. Para a ADHP deverá existir “um quadro sobre recursos humanos nos pontos da classificação dos hotéis que tenha em consideração o diretor do hotel”. Ou seja, prossegue o responsável, a ideia passaria por dar uma pontuação extra aos hotéis que contem com diretores, uma percentagem do quadro com pessoas licenciadas ou com formação profissional, entre outros requisitos. Esta é para o responsável uma matéria de extrema importância que deve ser levada em conta, ainda mais “quando esta secretaria de Estado voltou a trazer para a ordem do dia as escolas de hotelaria”.
Na mesma ocasião, Ana Mendes Godinho lançou um repto aos presentes e ao setor no geral, e em particular às associações, para que deem também o seu contributo para que se consigam “encontrar indicadores que todos reconheçamos que podem de facto traduzir a qualidade do serviço nas unidades hoteleiras”.
“Penso que este é o caminho, não acredito numa lei que imponha determinados requisitos de obrigações de profissões para a classificação dos hotéis, mas acredito num sistema de classificação que valoriza as pessoas que trabalham nos hotéis, nomeadamente com indicadores relacionados com a formação, com o levantamento das necessidades de formação, com o sistema de avaliação associado à própria qualidade do serviço prestado. Acredito sim nisso como um indicador que valoriza a própria unidade hoteleira numa lógica como hoje temos do sistema opcional de pontos,ou seja, que faça com que os próprios hotéis sintam vantagem em reconhecer essas valências nas pessoas que estão ao seu serviço”, concluiu a secretária de Estado.