Está há quase duas décadas no Grupo Pestana, onde hoje lidera as Pousadas de Portugal, um desafio que reconhece ter sido um dos mais difíceis da sua vida. Por isso mesmo, conhece como ninguém os “segredos” desta grande cadeia hoteleira portuguesa. Ambitur esteve à conversa com José Castelão Costa, nos escritórios do grupo em Lisboa. Ambicioso q.b., admite estar preparado para dar lugar aos mais novos, quando chegar o momento certo, e fala sem pudores do desenvolvimento do sector nos últimos anos, sublinhando que o negócio da hotelaria “hoje está bem entregue”.Um dos destaques da entrevista é ao actual momento turístico nacional onde os indicadores têm-se mostrado positivos. Para José Castelão Costa: “Temos que fazer uma separação dos dados. Estes resultados positivos não se estão a sentir de uma forma homogénea no país. Está a ser melhor para uns do que para outros. Sobretudo está a ser melhor comparativamente com anos anteriores porque o mercado nacional, apesar de tudo, está a reagir. Há mais clientes portugueses nos hotéis. Agora não está a ser uniforme, porque nas regiões turísticas nacionais tem havido um crescimento no lazer, mas no chamado turismo de negócios, que está muito dependente do que é actividade económica, os resultados não têm sido tão bons. Mas continuamos a ter em Portugal uma oferta instalada hoteleira que só é utilizada em 50%. Há motivos para que as pessoas estejam mais satisfeitas face há dois anos atrás, mas há um grande caminho a percorrer. Uma das áreas é precisamente ao nível da promoção e venda, até porque o país tem uma boa imagem em termos internacionais. Quanto ao resto, o Governo tem razões para estar satisfeito com o que se tem passado ao nível do turismo, a maior parte dos empresários tem condições para estar relativamente satisfeita com a melhoria que se verifica, mas euforia não. Há um caminho longo a percorrer e as euforias são perigosas, porque fazem esquecer o essencial. Também há um caminho a percorrer, sensível, ao nível das envolventes dos empreendimentos e zonas turísticas, e de alguns problemas que afligem os empresários, um deles são as taxas de audiovisuais. Depois não nos podemos esquecer que as câmaras querem colocar taxas turísticas, o Governo ainda há pouco tempo propôs avançar com uma taxa turística para a recuperação do património cultural e histórico… quer dizer… não é possível estas ameaças, ainda para mais com o nível de impostos a que estamos sujeitos. Todos percebemos que o país está como está e tem que se ir buscar receita a algum lado, agora é preciso não estragar o que existe, senão começam a haver outros problemas.”&& Leia o artigo na íntegra na edição impressa de Junho de Ambitur.