O Reino Unido é um dos principais mercados emissores de turistas para Portugal e, por essa razão, continuará a merecer, no próximo ano, a atenção das entidades regionais de turismo portuguesas. Com a 36ª edição da World Travel Market, que contará, à semelhança de anos anteriores, com a participação de 50 empresas portuguesas, aí à porta, fomos falar com Paula Oliveira, Diretora Executiva da Associação Turismo de Lisboa e Dora Coelho, diretora executiva da Associação Turismo do Algarve, que dão conta que, em 2016, haverá uma aposta maior nas ações promocionais neste destino.
De janeiro a julho deste ano, o número de turistas provenientes do mercado inglês aumentou 17,8%. Segundo Paula Oliveira, este é “um mercado prioritário” que nos primeiros sete meses do ano registou um “resultado francamente bom”. Sem quantificar o investimento da região neste mercado para o próximo ano, uma vez que “o plano de atividades e orçamento para 2016 ainda não se encontra fechado”, a responsável afirma que a associação irá “aumentar o peso das ações de proximidade, nomeadamente através de press, fam e bloggers trips, e na abordagem a operadores turísticos, sempre que o mercado assim o justifique. Também iremos continuar a apostar na dinamização do canal online, com enfoque no acompanhamento e trabalho junto de sites de viagens e redes sociais”.
No Algarve, o mercado inglês é “incontestavelmente” o principal, “sendo o primeiro em número de dormidas para a região com uma quota de 43,1% de entre os mercados externos e aquele que registou 5.316,1 milhões de dormidas em 2014”, explica Dora. Ainda assim, frisa a responsável, este é um mercado que “continua abaixo dos valores registados até 2007, o que constitui para nós um desafio e uma oportunidade para continuar a promover fortemente o Algarve com o intuito de recuperar estes números perdidos entretanto”.
Com um investimento no Reino Unido que ronda um milhão de euros, a Associação de Turismo do Algarve continuará, em 2016, a apostar na realização de campanhas conjuntas com operadores turísticos e companhias aéreas, com o objetivo de “incrementar as vendas, com especial enfoque em época média e baixa”. Durante o próximo ano, “teremos mais rotas diretas para Faro desde o Reino Unido, mantendo este mercado no lugar cimeiro dos países com mais rotas diretas para a região, o que vem demonstrar que a nossa estratégia está a resultar e que vale a pena mantê-la e apostar neste tipo de ações promocionais”, afirmou a responsável, acrescentando que “o awareness da região e a crescente motivação que este mercado tem demonstrado perante o produto imobiliário e o turismo residencial (consequência do valor da libra face ao euro) estão igualmente a contribuir para este aumento da procura, que se traduz no aumento da capacidade disponível, neste caso de operadores e companhias aéreas. A deflação do euro representa pois uma oportunidade a explorar através do desenvolvimento de campanhas focadas não só nos produtos tradicionais como o golf, o sol e mar, natureza e o MI, mas também nos dois segmentos atrás referidos”.
No que respeita à participação na WTM, Dora Coelho afirma que é no certame que “aproveitamos para fazer chegar em primeira mão aos operadores e demais players, as últimas novidades da região e onde se perspetivam estratégias e oportunidades para o ano seguinte. Como já vem sendo hábito, a região do Algarve estará representada através de um módulo de destino, integrado no stand promocional de Portugal, conjuntamente com 13 empresas do trade algarvio”.
Também no grupo Tivoli Hotels & Resorts é este o mercado que ocupa o lugar cimeiro. De acordo com Filipe Santiago, administrador, “neste momento, o mercado britânico é o nosso principal mercado e o que teve um maior crescimento em 2015 – cerca de 16% até ao momento -, situação que também já se tinha registado em 2014, por isso as nossas expetativas para este mercado são as melhores”. Afirmando que o grupo marca presença na WTM há 15 anos, Filipe Santiago explica que, neste certame, “temos oportunidade de estar com parceiros que vemos poucas vezes e como é uma feira multimercados, conseguimos contatar com parceiros não só do Reino Unido”. “A WTM é também um dos primeiros barómetros para medir o mercado de operadores no ano seguinte em termos de vendas. Com o feedback que obtemos, conseguimos direccionar a nossa oferta de produto para os períodos com maior procura”, acrescenta.
Marcando presença na WTM desde 2004, o grupo Bensaude registou também, em 2015, “um ano positivo” no que a este mercado diz respeito. As expetativas para o próximo ano são, segundo Pedro Salazar, “positivas”. “Para uma empresa com a dimensão da Bensaude Hotels (943 quartos), que concentra cerca de 90% da sua oferta num destino como os Açores (seis hotéis entre São Miguel, Terceira e Faial), a afirmação internacional é crítica para a sustentabilidade do seu negócio. A presença na WTM insere-se nessa estratégia de internacionalização”, afirma o responsável.