O presidente do grupo Porto Bay, António Trindade, afirmou, em entrevista ao ambitur.pt, que em Portugal não se tem feito a devida “homenagem” ao “trabalho que os grupos portugueses estão a fazer na fidelização e captação” de novos turistas para o país.
Afirmando que é notória a existência de um conjunto de pessoas que “visitam Lisboa porque o grupo Porto Bay abriu um hotel” neste destino, António Trindade explicou que “se fala, muitas vezes, das grandes marcas internacionais levarem clientes por todo o mundo, mas não se fala do impacto que os grupos portugueses vão fazendo em Portugal quando abrem novas unidades em novos destinos”. Segundo o responsável, a capacidade que os grupos portugueses têm de “gerar clientes para novos destinos portugueses” só é possível porque existe um “reconhecimento” das estadias que estes turistas tiveram anteriormente no nosso país”.
Operação do grupo no Brasil não sai afetada com desvalorização do real
Sobre o impacto da crise do real nas unidades do grupo no Brasil, António Trindade, afirma que “já estávamos à espera de passar entre os pingo da chuva”. Como explica o responsável, “em ambiente de reais (em 2015) tivemos um crescimento interessante, evidentemente que pensando em euros vamos estar muito próximos do número do ano passado, mas só que em termos de ocupações elas mantiveram-se estáveis”. Uma realidade que o responsável explica com o facto dos estrangeiros conhecerem e procurarem o nome do grupo português no Brasil. “Com a desvalorização, o mercado brasileiro fica mais em casa. Apesar de nos negócios ter havido alguma quebra, o lazer tem ajudado a compensar”, acrescentou.
Sobre se o possível regresso dos turistas portugueses ao Brasil, com a crise do real, poderá ter efeitos positivos nas unidades do grupo, António Trindade explica que não deverá ter, uma vez que “o mercado português tem uma dimensão pequena nas unidades do grupo no Brasil”. “Nós pecámos por não ter, apesar da nossa exposição no Algarve, na Madeira e em Lisboa, uma grande exposição perante o mercado nacional. Temos muito bons clientes portugueses mas poucos clientes portugueses, até porque o cliente português de maior número vão para programas já muito organizados e aí nós não temos preços para poder entrar nesses mercados”, explica.
Segundo António Trindade, “o facto de sermos mais conhecidos em termos europeus, nos mercados inglês, alemão, escandinavo e Benelux, reflete-se no Brasil”.