19% das casas convertidas para alojamento local eram habitadas

Um estudo recente da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), em parceria com o ISCTE, a Sítios e com o apoio do Turismo de Portugal, desenhou o perfil dos imóveis que são atualmente utilizados como unidades de Alojamento Local (AL), na Área Metropolitana de Lisboa.

Segundo os dados, é de referir que a grande maioria (86%) é composta por apartamentos, seguem-se as moradias (6,5%), os estabelecimentos de hospedagem(5,6%) e os hostels (1,6%). Além disso, antes de serem convertidos em unidades de AL, a maior parte dos imóveis estava desocupada (59%), e em 19% dos casos passaram de arrendamento para habitação para AL e 13% eram utilizados para habitação própria.

Relativamente aos proprietários destas casas, a grande maioria dos empresários (72,4%) exerce a sua atividade como pessoa coletiva. Mais de metade dos proprietários tem idades compreendidas entre os 35 e os 54 anos e são predominantemente licenciados (68%). Quando questionados, sobre as principais ameaças sentidas, os proprietários inquiridos apontam a carga fiscal, as questões legais e de licenciamento (47%) e a sazonalidade do negócio (41%).

Quanto aos mercados que mais procuram este tipo de serviços, o estudo revela que são os franceses (47%) e espanhóis (28%) que mais utilizam este tipo de hospedagem. Outro dado a registar é que cerca de metade dos clientes não tem mais de 40 anos.

Em termos de operadores, a Booking é o principal meio de marcação de reservas (45%), seguido da plataforma AirBnB, onde as reservas diretas correspondem, aproximadamente, a 9%.

Por último, os participantes do estudo revelam também que a opinião da vizinhança sobre os Al é globalmente positiva (32%), sendo que o estacionamento e a limpeza são apontados como aspetos a melhorar.

Este inquérito enquadra-se no âmbito do Programa QUALITY – projeto desenvolvido pela AHRESP, que visa a valorização e qualificação do Alojamento Local. A informação foi recolhida através do preenchimento de um questionário, enviado aos empresários inscritos no Registo Nacional de Estabelecimentos de Alojamento Local (RNAL) ou referenciados pelas autarquias da Região de Lisboa. Numa primeira fase, este inquérito foi realizado na Área Metropolitana de Lisboa, mas o objetivo é replicá-lo noutras regiões do país, de forma a permitir um maior conhecimento da realidade do Alojamento Local em Portugal.