1º Commercial Strategy Forum da HSMAI Europe em Lisboa quer “colocar o país no mapa da inovação comercial e da excelência em hotelaria”

É já na próxima semana, dia 10 de abril, que se realiza o primeiro Commercial Strategy Forum da HSMAI Europe, em Lisboa. A Ambitur aproveitou a ocasião para conversar com Christelle Pitrel, vice-presidente de Gestão de Ativos da Highgate Portugal, que assume agora a função de Chair no recém-criado Conselho Consultivo da HSMAI Europe em Portugal, no sentido de perceber o que esteve na base do nascimento desta organização e qual a importância da mesma para o nosso mercado.

Como e quando surgiu a HSMAI Europe e quem foram os principais responsáveis pela sua criação?

A HSMAI – Hospitality Sales and Marketing Association International – nasceu nos EUA em 1927, com a missão de promover a estratégia comercial na indústria da hotelaria. A região europeia, HSMAI Europe, foi criada há 19 anos para levar a mesma energia e ambição aos mercados europeus – e transformou-se numa comunidade forte e empenhada de profissionais de vendas, marketing, revenue e liderança. Não se trata apenas de teoria, a HSMAI Europe é um espaço onde as pessoas se reúnem para agir, desafiar o status quo e partilhar o que é significativo. Este espírito de colaboração e inovação foi o que me atraiu quando lançámos a HSMAI Portugal em julho de 2024.

A HSMAI Europe pretende ser um influenciador-chave, pioneiro e o recurso de referência para o desenvolvimento profissional, impulsionando estratégias comerciais inovadoras e promovendo a sustentabilidade na indústria hoteleira.

Qual é a missão da HSMAI Europe e de que forma se reflete no seu trabalho diário?

Na sua essência, a HSMAI Europe tem como objetivo capacitar as pessoas e as empresas para crescerem – de forma ponderada e sustentável. Como VP de Gestão de Ativos na Highgate Portugal, isto alinha-se perfeitamente com o meu papel, que envolve a tomada de decisões estratégicas que impulsionam o desempenho e a criação de valor a longo prazo. O que eu valorizo na HSMAI é a forma como traz novas perspetivas e otimiza o nosso pensamento: através de conhecimentos, recursos e, acima de tudo, através de ligações. Não se trata apenas de ter acesso ao conhecimento – trata-se de fazer parte de uma comunidade que quer aprender, questionar e elevar a fasquia em conjunto.

O que eu valorizo na HSMAI é a forma como traz novas perspetivas e otimiza o nosso pensamento: através de conhecimentos, recursos e, acima de tudo, através de ligações.

A HSMAI Europe está empenhada em apoiar os líderes e parceiros na indústria da hotelaria e restauração na obtenção de um crescimento sustentável. A associação fornece ferramentas práticas, conhecimentos e experiência de ponta para permitir a partilha de conhecimentos e melhorar o desenvolvimento profissional, bem como impulsionar as vendas, inspirar o marketing, transformar as empresas do ponto de vista digital, otimizar as receitas.

Como vê a ligação da HSMAI Europe a Portugal e que impacto considera que esta tem no mercado local?

Portugal tem registado um crescimento impressionante na indústria da hotelaria, e existe aqui uma energia entusiasmante e uma abertura à inovação. Em 2023, de acordo com o World Travel & Tourism Council, as viagens e o turismo contribuíram com 19,6% da produção económica total do país – um nível recorde que diz muito sobre a importância e o potencial do setor (World Travel & Tourism Council).

A ligação da HSMAI Europe a Portugal é simultaneamente estratégica e natural. Tendo vivido em Lisboa nos últimos seis anos, testemunhei em primeira mão a evolução do país e o ritmo de crescimento rápido da sua indústria hoteleira. A presença da HSMAI em Portugal constitui uma plataforma de ligação entre os profissionais locais e os especialistas internacionais – trazendo as melhores práticas globais para o mercado português, ao mesmo tempo que celebra e reforça a identidade única do nosso setor local.

A presença da HSMAI em Portugal constitui uma plataforma de ligação entre os profissionais locais e os especialistas internacionais – trazendo as melhores práticas globais para o mercado português, ao mesmo tempo que celebra e reforça a identidade única do nosso setor local.

Qual a importância de um Conselho Consultivo para Portugal? Qual a missão deste Conselho e como foram escolhidos os seus membros?

O Conselho Consultivo em Portugal desempenha um papel crucial na definição da relevância e do impacto da HSMAI a nível local. É composto por profissionais que compreendem o panorama da hotelaria portuguesa e são apaixonados por promover mudanças positivas. Quando Ingunn, a presidente da HSMAI Europe, me pediu para presidir ao Conselho, fiquei entusiasmada – não só porque adoro Portugal e a indústria, mas porque acredito no poder dos encontros, da colaboração e da partilha de conhecimentos. A missão do Conselho é apoiar a comunidade local de líderes e talentos da indústria da hotelaria, assegurando que a HSMAI é inclusiva e útil para todos os seus membros.

O Conselho Consultivo para Portugal é fundamental para o trabalho da HSMAI na região devido ao inestimável conhecimento local, à paixão pelo setor e ao empenho na aprendizagem e desenvolvimento ao longo da vida que os seus membros proporcionam.

De que forma a presença da HSMAI Europe em Portugal tem impacto no setor da hotelaria nacional?

A presença da HSMAI Europe em Portugal complementa a hotelaria nacional, oferecendo um espaço para os profissionais crescerem, trocarem ideias e ficarem a par das tendências. O nosso objetivo é trazer oradores de topo, partilhar conhecimentos valiosos e promover uma comunidade dinâmica de a inovação, o desenvolvimento das pessoas e a compreensão cultural estão na vanguarda.

A presença da HSMAI Europe em Portugal complementa a hotelaria nacional, oferecendo um espaço para os profissionais crescerem, trocarem ideias e ficarem a par das tendências.

O que motivou a escolha de Portugal, e em particular de Lisboa, para acolher o primeiro Commercial Strategy Forum da HSMAI Europe?

Lisboa é uma cidade cheia de carácter, criatividade e crescimento. Fazia todo o sentido acolher aqui o primeiro Commercial Strategy Forum da HSMAI Europe. Portugal está a tornar-se um ponto de referência no panorama europeu da hotelaria e este evento reflete o nosso compromisso em colocar o país no mapa da inovação comercial e da excelência em hotelaria.

Os Commercial Strategy Forum HSMAI Europe foram inspirados por uma ideia simples mas poderosa: levar os conhecimentos, a energia e a experiência da nossa Commercial Strategy Conference da HSMAI aos mercados locais em toda a Europa.

Quais são os principais objetivos deste evento e o que esperam alcançar com a sua realização?

O principal objetivo do evento é criar uma plataforma dinâmica e envolvente onde os profissionais da hotelaria possam aprender, estabelecer ligações e trocar experiências. Pretendemos suscitar conversas, incentivar a colaboração entre diferentes segmentos do setor e inspirar novas estratégias que possam ser aplicadas tanto a nível local como internacional.

Através destes fóruns, o nosso objetivo é proporcionar uma plataforma para a partilha das melhores práticas, aprendizagem, colaboração e inovação, garantindo que os profissionais comerciais de toda a Europa partilhem as melhores práticas e se atualizem sobre as últimas tendências e estratégias para impulsionar o sucesso empresarial.

Como avalia o setor da hotelaria em Portugal face a outros mercados europeus? Quais considera serem os seus principais pontos fortes e fragilidades?

O setor da hotelaria em Portugal é dinâmico e beneficia da forte atratividade e destino-chave como Lisboa e Porto, bem como do Algarve – um local costeiro mundialmente reconhecido, que se destaca pelas suas praias deslumbrantes e campos de golfe de referência a nível mundial. Para além destes pontos de interesse, o interior do país emerge cada vez mais como um destino promissor, acolhendo tesouros escondidos que impulsionam uma oferta hoteleira distintiva e autêntica.

Em comparação com outros destinos europeus, Portugal ainda tem espaço para moldar um modelo de turismo distinto – um modelo enraizado na identidade local, no respeito pelas comunidades e na preservação da sua riqueza natural.

Em comparação com outros destinos europeus, Portugal ainda tem espaço para moldar um modelo de turismo distinto – um modelo enraizado na identidade local, no respeito pelas comunidades e na preservação da sua riqueza natural. Existe uma oportunidade real para desenvolver experiências turísticas que sejam não só autênticas, mas também com impacto emocional.

Ao combinar estes ativos com tecnologia inteligente, Portugal tem o potencial de elevar a experiência do hóspede a um novo nível – oferecendo estadias hiperpersonalizadas que se adaptam às necessidades e preferências de cada hóspede. Imaginemos viagens sem problemas logísticos, em que o check-in e o check-out deixam de ser etapas na viagem de um hóspede e passam a ser geridos, sem constrangimentos, pela tecnologia. Isto permite que as equipas de hotelaria se concentrem totalmente no que é mais importante: a ligação humana e os momentos significativos. A tecnologia deve ser o facilitador de uma viagem mais emocional, intuitiva e memorável para os hóspedes.

Portugal tem o potencial de elevar a experiência do hóspede a um novo nível – oferecendo estadias hiperpersonalizadas que se adaptam às necessidades e preferências de cada hóspede.

Que estratégias comerciais considera fundamentais para o setor da hotelaria em Portugal e que podem representar uma inovação no mercado?

Portugal destaca-se pelas suas paisagens naturais, pela preservação da natureza, pela seu cultura calorosa e pelo seu rico património gastronómico, entre outras qualidades. Estes ativos colocam o país numa posição perfeita para continuar a atrair nichos de mercado que valorizam a autenticidade, a sustentabilidade e as ligações com significado.

Olhando para o futuro, Portugal tem uma oportunidade única de aprender com as experiências de outros destinos europeus – e de evitar de forma consciente, as armadilhas do turismo de massas. Em vez disso, pode desenvolver um modelo de turismo que celebre a sua individualidade e património local, respeitando tanto o ambiente como as comunidades que dão vida a estas experiências.

Por Inês Gromicho