“2016 foi o melhor ano de sempre do Turismo na Madeira” (com fotogaleria)

Os números não deixam dúvidas. Mesmo assim, o presidente do Governo Regional da Madeira garantiu, recentemente, em declarações na XI Conferência Anual do Turismo, realizada no Funchal, que “2016 foi o melhor ano de sempre do Turismo na Madeira”, assinalando crescimentos substanciais em todas as variáveis da indústria turística.

De acordo com Miguel Albuquerque, o arquipélago da Madeira registou, em 2016, um milhão e 355 mil hóspedes e sete milhões e 308 mil dormidas, que representaram aumentos de 1,4% e 4,8%, respetivamente. Comparativamente com o ano anterior, o crescimento de proveitos totais foi 16,2%, cerca de 366 milhões de euros. Já o rendimento médio por quarto foi de 15,7%, com uma taxa de ocupação de cerca de 71% em 2016, uma subida de 4,8 em relação ao ano anterior. Mas, afinal, o que explica este crescimento?

Segundo uma análise da PWC à marca Madeira, apresentada por Gonçalo Saraiva Mendes, a segurança, a autenticidade, a preservação do destino, a simpatia das pessoas, a cultura e qualidade de serviços aparecem no topo daquilo que são os fatores responsáveis por atrair turistas à ilha. Por outro lado, receia a fraca notoriedade do destino que ainda acredita estar muito associado ao Turismo Sénior ou que os recursos da Madeira não sejam assim tão distintivos em relação à concorrência. Além disso, “tem um logótipo que é pouco reconhecido” frisa, sublinhando que cerca de 98% dos inquiridos não o conheciam.

O diretor da consultora considera ainda que há um “problema agudo” de dependência de alguns mercados, já que metade dos hóspedes são provenientes de quatro países. Sobre a taxa de ocupação (71%) questiona-se sobre se devemos acrescentar camas ou gerir melhor a sazonalidade.

“Temos de deixar de pensar em escala e pensar em valor”, falava Pedro Celeste, professor da Universidade Católica do Porto. Enaltecendo o longo discurso de abertura de André Barreto, afirmou: “Este momento importante é para manter, porque depressa se cresce, mas mais depressa se cai”.

Também presente na ocasião, o presidente do Secretariado Regional da Madeira da Ordem dos Economistas, André Barreto, disse não suportar mais aquilo que entende ser “o verdadeiro massacre que se faz ao turista”, dando uma generosa atenção aos vendedores de timesharing e aos angariadores de rua “que, a cada dois passos, lá se dirigem ao desgraçado a tentar enfiar-lhe uma ou várias alternativas”.

Sobre os recursos humanos, questiona-se: “Onde estão?”. “Não quero acreditar que um destino que vota em si próprio como «excelente» vai agora recrutar pedreiros para servir à mesa ou agricultoras para cozinhar refeições”, afirma o presidente.

De resto, André Barreto sublinhou que “as questões são muitas e as soluções não se afiguram em menor quantidade”, sublinhando que, muitas vezes, “o caminho mais longo e tortuoso é o que deve ser escolhido”, referindo-se ao alargamento do período da Festa da Flor. “Soluções como esta não trarão os resultados esperados se, hoje, não tratarmos de garantir que se trata de um evento com muita qualidade e com consistência suficiente para ser alargado no tempo”.

A XI Conferência Anual do Turismo, organizada pela Delegação Regional da Madeira da Ordem dos Economistas, teve lugar no passado dia 12 de maio no Centro de Conferências do Funchal, na Madeira. O evento, que teve como tema central as “Marcas” contou com cerca de 900 participantes, entre eles nomes como Carlos Coelho, presidente da Ivity Brand Corp, um dos oradores do primeiro painel de discussão – “A construção de uma marca”.

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