Com as empresas turísticas fragilizadas, muita incerteza relativamente à evolução da pandemia e novas realidades, como a escassez de mão-de-obra, à margem da FITUR – Feira de Turismo de Madrid, que decorre a partir de hoje na capital espanhola, questionámos a secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, sobre se 2022 iria ser um ano particularmente desafiante para o turismo nacional. Para a responsável, “este é um ano muito desafiante para o turismo como têm sido todos os outros, em boa verdade, cada um com a sua vicissitude”. Recuando no tempo, indica a entrevistada que, “quando falávamos em 2017, no que toca a agenda do turismo, também identificávamos este como um ano extremamente desafiante. Este foi o ano em que lançámos a nossa estratégia para um turismo mais sustentável, resiliente e aberto ao mundo”. Para Rita Marques, “conseguimos, resultado dessa estratégia, ter em 2019 números extraordinários. O turismo foi de facto e tem sido um motor importante da nossa economia”. Mas seguiram-se 2020 e, 2021, “que foram anos desafiantes, cada um com a sua particularidade. Sendo certo, e quero aqui enfatizar, que em 2022 temos um desgaste a nível do tecido empresarial que não pode ser esquecido. Estamos a falar de um setor com empresas altamente fragilizadas, que precisam, como sabemos, de ser capitalizadas e que têm desafios adicionais, ao nível dos recursos humanos, por exemplo”. Concluindo, considera a secretária de Estado que “todos os anos são desafiantes, este também o será, cá estaremos à altura, como estivemos outros anos, para responder da melhor forma, sempre preservando e promovendo a marca Portugal, além-fronteiras”.
Para a interlocutora, na abordagem a este ano tem que se ter em conta que vivemos um contexto de muita incerteza. “Ainda assim, quando lançámos o plano Reativar o Turismo, em maio do ano passado, estabelecemos de forma muito clara quais as metas que nos propúnhamos atingir. Estabelecemos, na altura, que em 2021 ficaríamos a 50% das receitas de 2019, conseguimos ficar a 42%”. Mas, acrescenta que “também estabelecemos nessa oportunidade que em 2022 ficaríamos a 70/75% das receitas de 2019”. Sendo assim, “esse é o nosso objetivo”. Rita Marques acredita que “apesar de todo este contexto de incerteza em que vivemos, à medida que vai avançando a testagem, a vacinação, à medida que nós todos enquanto consumidores, enquanto viajantes, estamos mais rotinados com estas novas regras, que temos todas as condições para atingir no final de 2022 os 75% de receitas que tivemos em 2019. Os números de 2019 provavelmente só aparecerão em 2023, cá estaremos para celebrar esse momento.”