26º aniversário Ambitur – Onde nos leva o turismo… por Miguel Simões de Almeida

“Passa a palavra” foi o desafio que a Ambitur colocou a profissionais do setor, e não só. Na edição que marca o seu 26º aniversário lançámos, inicialmente, um repto a três profissionais turísticos – Gonçalo Rebelo de Almeida, da Vila Galé, Nuno Mateus, da Solférias, e Frederico Costa, do Grupo Pestana Pousadas – para comentarem os desafios que o turismo nacional tem pela frente, mas também os incumbimos de indicar quem deveria ser submetido a igual exercício seguidamente. O organograma indica-nos quem deu a palavra a quem, sendo que Miguel Quintas e Paula Oliveira, os colunistas residentes de Ambitur, juntaram-se ao trabalho por indicação nossa.

Hoje publicamos o repto deixado por Miguel Simões de Almeida, fundador da Alma Lusa:

“A atividade turística em Portugal tem conhecido um desenvolvimento recente muito positivo e em certos aspetos, sustentado. No entanto, os constrangimentos ainda existentes, os problemas e dificuldades já identificados nos Planos Estratégicos em vigor e anteriores, levam-me a recomendar o cumprimento desses objetivos, a sua medição e controlo funcional e portanto, esperar que à medida que forem sendo identificados novos objetivos, estes possam ser integrados sem impedimentos anteriores. As unidades de acompanhamento deverão portanto fazer o seu trabalho e a comissão de gestão a sua orientação e correção.

O que mais me preocupa é a perceção do destino Portugal como alternativa e até complementaridade (Porta de
Entrada) no destino Europa no seu todo. O mundo está vada vez mais global e mais rápido a decidir para onde viajar pelo que a perceção de um destino é, na minha opinião, fundamental para a sua identidade e por consequência, distinção ou diferenciação.

Deste modo, Portugal goza de dois fatores que considero cruciais:

1- A perceção de custo/benefício para o viajante.

2- A perceção de segurança de Portugal como País na Europa.

Para além destes, existem inúmeros fatores que podem ou irão influenciar a escolha dos nosso mercados emissores existentes e futuros. Estes mais uma vez estão claramente identificados e não vou desenvolver a minha ideia
por esse lado.

Assim, o que penso ser fundamental para os próximos anos é:

1- Portugal inovar no seu posicionamento sem perder as suas principais características e fatores de peso e saber comunicá-lo de forma clara e acessível globalmente.

2- Manter uma perceção clara de segurança e de País acolhedor.

3- Melhorar a sua escala ou grelha de valor e ter oferta para os vários segmentos da procura aliada a uma evolução positiva das ligações aéreas aos aeroportos do País.

4- Manter uma estreita ligação entre as entidades governamentais e privadas na procura das melhores soluções fiscais, legislativas e económicas no setor do turismo.

5- Melhorar a assimetria existente entre o litoral e o interior do País no continente e nas ilhas.”