28º Congresso da AHP: Sob o signo da vocação atlântica e muitas incógnitas (fotogaleria)

A sessão de Abertura do 28º Congresso Nacional da Hotelaria e Turismo, que teve hoje início, em Ponta Delgada, tendo como tema “Portugal, Vocação Atlântica”, foi marcada pelos desafios que o Brexit e as eleições norte-americanas podem trazer neste contexto, assim como as oportunidades que são levantadas ao nível do transporte aéreo e do turismo.

Vasco Cordeiro, presidente do Governo Regional dos Açores, a partir da cidade da Horta (por vídeo conferência) deu o arranque ao evento, abordando a vocação atlântica do país e dos Açores, dando como exemplo o “potencial que encerra as ligações aéreas entre Portugal, EUA e Canadá” ou mesmo “entre a União Europeia, EUA e Canadá”. Para o responsável quando se aborda a vocação atlântica na vertente económica, tem que se ter em conta que o “setor turístico é uma das atividades privilegiadas para o aprofundamento desta relação”.

Vasco Cordeiro destaca ainda a dinâmica do turismo na economia regional, onde ao longo dos nove meses de 2016 se registou um crescimento de dormidas de 20% face a 2015, e de 30% nos proveitos totais. O orador enfatizou igualmente que os EUA são o segundo mercado, entre os estrangeiros, para a região, tendo representado um crescimento de 57% este ano face ao anterior, mesmo verificando que “o turismo étnico tem uma importância decrescente”. Por fim, Vasco Cordeiro chamou também a atenção para a importância da promoção turística, considerando que “são evidentes as mais-valias nacionais e regionais da promoção de um país e de regiões como os Açores e Madeira”.

Raul Martins, presidente da AHP, por seu lado, alertou para a importância dos Açores para os resultados do ano turístico, afirmando que o “arquipélago foi o destino que mais contribuiu para o crescimento do turismo interno”. Relativamente ao negócio hoteleiro, o responsável frisou os custos de exploração das empresas (com incidência nos energéticos e financeiros). “Esta realidade apela a outra leitura ao nível do Governo, exigindo uma coordenação com outros setores que, direta ou indiretamente, acarretam impactos na hotelaria.”

Apesar do forte crescimento das receitas nos últimos anos, Raúl Martins lembra que só em 2015 se atingiu o RevPar de 2007, mas neste entretanto são vários os custos para as empresas que aumentaram. Para o presidente da AHP, o setor precisa de autonomia financeira por parte das suas empresas.

Relativamente a 2017, o hoteleiro reafirma “que poderá ser novamente de recordes ao nível turístico”, mas lembra que é hora de preparar futuro. Como? Com um correto posicionamento do produto turístico tendo em conta as mudanças e desafios que as novas realidades impõe. Neste contexto também se devem colocar as interrogações que existem a nível global, como é o caso do Brexit e dos resultados das eleições americanas. Indica o presidente da AHP que estas são inclusive interrogações que se levantam no âmbito das relações que o país sempre teve com o Atlântico. A terminar, referiu Raul Martins que se deve ter presente que “o Turismo assenta na livre circulação de pessoas e na segurança”.

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