45% dos estabelecimentos hoteleiros já estão fechados ou pretendem encerrar e reabrir em março de 2021

A Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) apresentou hoje, em encontro virtual com a imprensa, os resultados do seu Inquérito Flash – entre 13 de novembro e 2 de dezembroacerca dos “Encerramentos na Hotelaria 2020/2021” além de tal informação permitir “aferir qual a perspetiva de retoma dos hoteleiros nacionais”, como indicou a presidente executiva Cristina Siza Vieira.

Assim, o inquérito da AHP divulga que 45% dos estabelecimentos hoteleiros se encontram encerrados atualmente. Nesta senda, até ao final do ano, o Algarve terá 65% e a Madeira 57% dos seus hotéis fechados. Já em termos de percentagem de hotéis fechados desde novembro, a Madeira contava com 100%, Lisboa 93%, Açores 88% e Algarve 70%.

Também os grupos hoteleiros encerram 56% dos seus estabelecimentos, o que corresponde a “mais de metade do seu perímetro”, sobretudo fecham no Algarve (78%) e em Lisboa (62%). Cristina Siza Vieira sublinha a “economia de escala” destes grupos que lhes permite “redistribuir melhor as reservas e o quadro de pessoal” nas restantes unidades em outras zonas do país.

Quanto ao período médio de encerramento das unidades, a média nacional aponta para os quatro meses sendo muito maior nos Açores (7 meses) e no Algarve (5 meses). Em contrapartida, os hoteleiros das regiões Centro e Norte esperam fechar os seus estabelecimentos apenas por três meses. Este é, para a presidente executiva da AHP, um “período muito longo de ausência de funcionamento destas unidades”.

Reabertura 

A maioria dos hoteleiros aponta a reabertura das suas unidades para março de 2021 (46,4%) ainda que 23,7% não tenha qualquer previsão para isso. Outros 16,9% sugere que a reabertura seja feita no 2.º semestre do próximo ano e apenas um hotel não reabre em 2021. Em suma, “o futuro é muito incerto”.

Dos estabelecimentos abertos 37% apresenta uma diminuição de oferta em termos de quartos. Destes, a estimativa dessa redução é de 72% de “quartos ociosos por utilizar” com impactos evidentes em relação a colaboradores e fornecedores. Questionados sobre se estariam dispostos a “abrir pontualmente” as suas unidades, 40% dos hoteleiros respondem que “sim” com 70% no Alentejo prontos a reabrir aos fins de semana e 51% em Lisboa para eventos e as festividades.

68% dos inquiridos considera ainda “importante” a proposta da AHP para que os hotéis possam ser utilizados para outras finalidades: 49% para laboral (quartos convertidos em escritórios), 24% para formação e alojamento de estudantes e 20% para eventos.

Por fim, 65% dos hoteleiros recorreram ao à Redução do Período Normal de Trabalho. Desses, 64,8% recorreram a uma redução entre 61% e 100%. Quem não recorreu foram mais hoteleiros do Alentejo e os que recorreram estão, sobretudo, em Lisboa, Algarve e nas regiões autónomas. 50% dos inquiridos também admite uma redução do quadro normal de trabalhadores.