46.º Congresso da APAVT chama a atenção para a “modernidade” num “mundo antigo” que o Covid-19 veio revelar

Decorreu ontem a Cerimónia de Apresentação Oficial do 46.º Congresso da APAVT (Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo), no Museu da Cerveja, em Lisboa, durante a qual foi revelado o tema e o logótipo do evento que este ano se realiza, de 11 a 15 de novembro, na região de Turismo do Centro, na cidade de Aveiro. A apresentação do Congresso contou com as presenças de Pedro Costa Ferreira, presidente da APAVT, José Ribau Esteves, presidente da Câmara Municipal de Aveiro, e Pedro Machado, presidente do Turismo Centro de Portugal.

Esta é a 3.ª vez que Aveiro acolhe o Congresso da APAVT, depois de edições em 1986 e 2016, e é “com especial alegria que regressamos à zona centro e à cidade de Aveiro”, garantiu Pedro Costa Ferreira. “Não há memória de termos regressado a uma cidade, para realizarmos mais um congresso, em tão pouco espaço de tempo, e há naturalmente razões para isso”, reforçou.

Para o autarca José Ribau Esteves, o Congresso da APAVT “será mais um impulso na nossa economia e em especial no conhecimento e na promoção do destino turístico de Aveiro, cidade, município e região”. Pedro Machado acrescenta que o evento “vem ao encontro da nossa aposta reforçada na estratégia de posicionar o Centro de Portugal como destino de captação de conferências e congressos, nacionais e internacionais. Por ser em novembro, e por ter quatro dias de realização, este é um evento que vai combater a sazonalidade e fazer aumentar a estada média”.

O Turismo, a modernidade de um mundo antigo 

O presidente da APAVT refletiu que “temos estado, nos nossos congressos, a introduzir temas que, ano após ano, têm preenchido a agenda do turismo no nosso país”, nomeadamente nos Açores, em 2018, “falámos pela 1.ª vez de um fim-de-ciclo” e, o ano passado, na Madeira “já todos tinham falado, e experienciado, cenários de fim-de-ciclo” até porque “ninguém pode crescer agressivamente e de forma ininterrupta”.

O congresso deste ano, em Aveiro, não será exceção com o tema “O Turismo, a modernidade de um mundo antigo” pois “é altura de chamarmos a atenção para a necessidade de lutarmos todos pela modernidade, num mundo cada vez mais antigo”, explicou Pedro Costa Ferreira.

“Basta pensarmos nas imagens dos últimos dias, vindas da fronteira entre a Turquia e a Grécia”, prosseguiu, e “o Turismo não gosta de intolerância, não gosta de barreiras à circulação, não gosta de fronteiras fechadas, gosta de tolerância, de proximidade entre os povos, de solidariedade e de alegria de viver em conjunto”.

Além disso, o congresso abordará também os temas da sustentabilidade: do Planeta, dos destinos turísticos e necessidade de gestão correta da pressão turística, dos próprios negócios e “a necessidade das políticas públicas gerarem estabilidade”.

Covid-19 revelou como “habitamos um mundo antigo”

Acerca do Covid-19, Pedro Costa Ferreira defende que “a pandemia relevou, em pouco tempo, como habitamos um mundo antigo” pelo estigma sobre a comunidade chinesa mas não só: “Escolheu-se o medo em lugar de nos basearmos em factos, apoiaram-se rumores em lugar de nos agarrarmos à ciência e produziram-se estigmas em lugar de exercer solidariedades.” O responsável vai mais longe e acredita que “não é por ganharmos a nossa vida no turismo que não podemos defender a ideia de abertura de fronteiras” e o “direito de viajar e fazer férias”.