A nova alma do Interior do país

Visitar o Interior de Portugal é hoje uma viagem a um território que, de norte a sul, se mostra cada vez mais dinâmico e capaz de atrair quem privilegia a autenticidade, o bem-estar e a tranquilidade. Falamos-lhe aqui de cinco projetos que vieram dar uma nova vida às localidades onde nasceram . Venha daí então e conheça uma unidade de cinco estrelas em Estremoz, uma propriedade rural de luxo em Monsaraz, uma unidade de charme contemporânea perto de Foz Coa, uma experiência no meio da natureza também no Douro e uma aldeia que renasceu das cinzas no Algarve. Todos exemplos de que o Interior já não é o que era, ou o que se pensava que era, e que nem só de sol e mar vive este país.

Dá Licença

No Alentejo, Ambitur falou com os responsáveis do projeto Dá Licença, em Estremoz, que Vítor Borges, um dos sócios e gerente da unidade, garante ser um local de paragem obrigatória. A tranquilidade do Interior aliou-se a uma forte componente rural conjugada com arte e modernidade e assim nasceu uma unidade de cinco estrelas, em plena reserva ecológica nacional com 120 hectares, acabada de abrir portas. São quatro suites, duas das quais com piscinas privativas em mármore da região, e mais três quartos, todos inspirados no estilo de arquitetura e design Jugendstil, semelhante à Art Nouveau. Por aqui também há lugar para um restaurante e uma galeria de arte no antigo lagar da herdade.

A diferença no Dá Licença estará muito na sua componente tecnológica já que todos os espaços contam com um sistema de aquecimento e arrefecimento através de painéis solares e bombas de calor ocultas, as piscinas têm tratamento de água a sal e os alojamentos deliciam os hóspedes com sistemas de áudio e projetores de cinema. Ainda lhe parece que está no “velho” Interior?

São Lourenço do Barrocal

Também no Alentejo, no sopé de Monsaraz, encontramos uma propriedade que está nas mãos da mesma família há já 10 gerações. Este clássico da aldeia medieval já teve outra vida, e isso vê-se e sente-se, mas soube rejuvenescer enquanto empreendimento rural de luxo. Chama-se São Lourenço do Barrocal e está de portas abertas para o turismo desde 2016, mantendo viva a tradição secular da autossustentabilidade. Aqui os visitantes são desafiados a estabelecer raízes com a terra – fornecedora de qualidade imaculada – para que sintam o lugar como sente quem sempre aqui viveu: uma casa. Falamos de mais um hotel cinco estrelas, com assinatura do arquiteto Eduardo Souto Moura, que permite aos turistas explorar a natureza e a região, terminando a visita com uma prova dos vinhos ali produzidos ou um banho de cedro no spa.

Um Douro que apetece viver

Longroiva

Do sul para o norte deparamo-nos com paisagens e propostas diferentes mas nem por isso menos convidativas. Os dois projetos com que falámos ficam ambos perto de Foz Côa, convidando a descobrir a arte rupestre numa estadia que deve ser vivida intensamente. O Longroiva Hotel Rural & Termal Spa foi trazido até ao Interior do país pelo traço contemporâneo do arquiteto Luís Rebelo de Andrade. Em pleno Douro poderá desfrutar de um espaço termal com uma oferta diversificada de tratamentos de corpo e rosto. O objetivo desta unidade foi reforçar o segmento de turismo de saúde mas Luísa Cariano, diretora geral do hotel, frisa que também aqui se promove o enoturismo, aproveitando a “intensa procura pela região e uma vez que temos também a Adega Quinta Vale D’Aldeia”. Para chamar a si mais turistas, o Longroiva já aposta no marketing digital.

Casa do Rio

No meio da natureza, para lá de um mundo de luxos, conheça a Casa do Rio, uma extensão do hotel vínico Quinta do Vallado. Com apenas seis quartos e duas suites este é “um dos locais emblemáticos de qualquer roteiro turístico da região”, afirma o proprietário, João Ferreira Álvares Ribeiro. E neste retiro ecológico de vistas imaculadas, projetado pelo arquiteto Francisco Vieira de Campos, os clientes podem usufruir de um spa e de uma convidativa infinity pool. As experiências sugeridas vão desde passeios de barco pelo rio a provas de aromáticos vinhos, trekking e stand-up paddle, passando por sessões de cozinha ao vivo e programas de pesca desportiva.

Uma “nova aldeia” para visitar no Algarve

Aldeia da Pedralva

Regressando ao sul, visitamos a Aldeia da Pedralva que, depois de um processo de desertificação, e tal como muitas localidades portuguesas, perdeu grande parte da sua população nas últimas décadas. Em 2006, esta aldeia algarvia contava apenas com nove habitantes e um conjunto de casas em estado de ruína. Perante este cenário, os atuais proprietários do projeto arregaçaram mangas e avançaram com um processo de recuperação urbanística, com o intuito de devolver à Pedralva a vida de uma típica aldeia portuguesa.

“Avançámos com um arrojado processo de recuperação urbanística e, em 2010, a Pedralva renascia com 24 casas recuperadas, que respeitam o ambiente rural e a história desta aldeia”, explica Pedro Pereira Silva, administrador da Aldeia da Pedrava.

Volvidos alguns anos, o projeto de reinvenção urbana conta com várias opções de alojamento para visitantes, com espaços comuns partilhados, um restaurante, uma piscina e muitas atividades exteriores, fatores preponderantes para quem passar umas férias relaxantes em alternativa aos destinos mais tradicionais. E é também neste sentido que a Aldeia da Pedralva é inovadora na sua oferta, onde a tecnologia não é prioritária. “Mais do que o acesso à tecnologia, aqui permitimos o acesso a cada um de nós e às pessoas com quem partilhamos as nossas férias”, acrescenta o responsável.