A aldeia dos Flinstones (com fotogaleria)

Entre ruas estreitas e de socalco em socalco, abrem-se alguns dos recantos da aldeia histórica de Piodão, situada no concelho de Arganil, em Coimbra.

Serra de S. Pedro do Açor acima, serra abaixo, à nossa frente deparamo-nos com um traçado serpenteado que não deixa ninguém indiferente – quer pelo manto verde, que mais verde não deve existir, como pelo rodopiar das curvas, que propicia mais tonturas que contemplação ou até vontade de destapar os olhos.

Depois de uma viagem que custou longas horas, a convite da Câmara Municipal de Arganil e das 7 Maravilhas, esperava-nos uma terra saída de outra época. Um postal à qual a beleza natural envolvente em nada se ajusta à modernidade do nosso tempo. Durante horas, fomos descobrindo o comércio tradicional, as casas em xisto, com um azul elétrico nas portas e frisos das janelas que salta à vista desarmada, como também uma composição pitoresca de encher o olho.

Mas, falar de Piodão também é falar de história. E de acontecimentos importantes reza essa história. Considerada uma das 12 aldeias históricas e a mais típica de Portugal – contou-nos orgulhosamente Ricardo Pereira Alves, autarca do concelho – pensa-se que por esta zona poderá ter passado uma estrada real. Também correm rumores de que foi ali que os três carrascos de Inês de Castro, o amor condenado de D. Pedro, se instalaram para fugir.

Na “aldeia dos Flinstones”, como lhe chama o americano Huffington Post, vivem cerca de 64 habitantes. Sabem-se os nomes das crianças de cabeça e, ao longo do caminho, ouvimos cumprimentar a padeira ou o som do rachar da lenha. Mais ainda: não estranhe que por ali mesmo passeiem pastagens à solta ou que, por cima de muitas portas da aldeia estejam pequenas cruzes, postas ali de modo a invocar a proteção de Santa Bárbara para afastar as tempestades.

E, se as casas em xisto são as estrelas de Piodão, também não deixe de passar pelo Núcleo Museológico, onde pode pedir informações ou ficar a conhecer alguns dados curiosos. À entrada da aldeia, visite ainda a Igreja Matriz em honra de Nossa Senhora da Conceição, que se diz dar a sua benção a quem chega.

Faça o que fizer, não termine a sua viagem sem antes provar a aguardente de medronho n’O Fontinha, doces como a tigelada, a típica broa de batata, os queijos da serra e os enchidos de fumeiro. Sem esquecer também alguns dos pratos da cozinha regional, como a chanfana, o magusto de bacalhau ou o cabrito à serrana.

“Aldeias Históricas de Portugal”
A aldeia de Piodão, o “presépio” da região beirã e destino por excelência de turismo rural, faz parte da rede “Aldeias Históricas de Portugal” – Almeida (Guarda), Belmonte (Castelo Branco), Castelo Mendo (Almeida), Castelo Novo (Fundão), Castelo Rodrigo (Figueira de Castelo Rodrigo), Idanha-a-Velha (Idanha-a-Nova), Linhares da Beira (Celorico da Beira), Marialva (Mêda), Monsanto (Idanha-a-Nova), Sortelha (Sabugal) e Trancoso (Guarda) -, criado no âmbito do programa Provere, da associação de desenvolvimento turístico Aldeias Históricas de Portugal. Criada em 2007, tem como objectivo promover e apoiar o desenvolvimento turístico destas 12 regiões.

A Ambitur.pt sugere:
– Um dia é suficiente para visitar a aldeia.
– Leve calçado confortável e roupa adequada às condições metereológicas.
– A tecnologia nem sempre resulta bem para os lados das aldeias, já se sabe. Por isso, aproveite bem esta desculpa para recarregar baterias o mais longe que conseguir do telemóvel e das redes sociais.

Onde ficar:
– Inatel Piódão Hotel
– InXisto Lodges

Onde comer:
– O Solar dos Pachecos
– O Fontinha
– A Gruta

O que visitar e fazer:
– Núcleo Museológico
– Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição
– Capela das Almas e de São Pedro
– Praia Fluvial
– Fonte dos Algares
– Casas em xisto
– Percursos pedestres
– Comércio tradicional

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