O último “Day After“, série de reportagens no âmbito da Portugal Digital Summit’20, pela mão da Associação da Economia Digital (ACEPI), incidiu sobre os setores da Cultura e Eventos que, a par do turismo, também sofreram muito os efeitos da pandemia.
Com a pandemia, a produtora Música no Coração teve de “dividir” a sua equipa e começar com as “reuniões de Zoom” que, segundo o diretor geral Luís Montez (na foto, em cima), “vão continuar” no futuro que não consegue adivinhar. Mas a verdade é que “temos de estar muito ligados ao digital” e continuar a “comunicar” através dele junto de público e parceiros, nomeadamente, “começamos a dar cada vez mais atenção às redes sociais para promover os artistas”.
O diretor da Música no Coração considera que “a nossa função são os espetáculos ao vivo” que permitem a “emoção de estar juntos a festejar a vida e a música”, a qual “é difícil conseguir transmitir através de ecrã”. São esses que as produtoras querem “promover” até porque “o custo benefício dos concertos online não nos parece muito atrativo neste momento”.
No entanto, a produtora não cruzou braços e organizou uma série de pequenos eventos para “celebrar datas” dos maiores festivais de verão (ex. Sumol Summer Fest, Super Bock Super Rock e Meo Sudoeste), “dizer que estamos a trabalhar para o próximo ano” e “dar trabalho a artistas e empresas de som”.
Covidarte: “É todo um mundo novo onde temos o cruzamento de várias áreas das artes”
A Covidarte nasceu no próprio dia em que foi decretada a pandemia, a 13 de março, porque “estando ligada às artes sempre soube que [a cultura] seria um dos setores mais afetados pela Covid”, conta a cofundadora, Margarida Azevedo, e porque “artistas e técnicos passam um dos piores momentos”. A plataforma, que conta já com milhares de seguidores, divulga os projetos de vários artistas para ajudar a que os mesmos tenham algum “retorno financeiro”.
Além disso, com o crescer do projeto, a Covidarte passou a englobar também uma “agenda semanal” com entrevistas em direto, solos de músicos convidados, entre outras ações das artes desde a literatura à dança. Criou ainda uma Galeria a partir da qual “qualquer artista pode expor o seu trabalho, virtualmente, e se pode apresentar”, dá conta a responsável. Assim, Margarida Azevedo afirma que a Covidarte “veio para ficar” e para “ajudar o máximo de artistas e técnicos”. Em plena pandemia, a co-fundadora garante que “nos conseguimos reinventar” e que este “é todo um mundo novo onde temos o cruzamento de várias áreas das artes”.
Art Curator Grid: “Falar com os atores do mundo das artes para partilhar o que estamos a viver”
Outra plataforma criada durante o confinamento foi a internacional Art Curator Grid dedicada aos curadores de arte independentes ou que trabalham para instituições de todo o mundo, explica a fundadora e diretora Pauline Foessel, ou não fossem os curadores “pessoas que organizam exposições em espaços físicos” que a partir de março encerraram.
A Art Curator Grid pretende “ajudar a comunidade e fazer melhor por ela” e uma das suas iniciativas foi o “Tea Time“, uma reunião virtual diária para que “curadores e atores do mundo das artes partilharem o que estamos a viver”. Foram ainda organizadas “exposições online” que têm sido um “sucesso” com o público digital.