A inovação é a chave para sete novos espaços criados em 2016 (fotogaleria)

O ano está a terminar e a Ambitur.pt fez um balanço sobre os novos espaços que foram surgindo ao longo de 2016. Restaurantes, croissants gigantes, mercearias judaicas e até uma caixa com viagens surpresa: conceitos diferentes, mas com uma coisa em comum – a inovação.

Este foi o melhor ano para o turismo no nosso país, e mesmo num período em que muitos mercados estão saturados, nomeadamente, na hotelaria e no mundo das viagens, há sempre quem tenha novas ideias que primam pela inovação e que por isso, se consigam diferenciar num mundo em que já existe tanto. A Ambitur falou com os proprietários de sete novos espaços que surgiram em 2016, que se caracterizam pelos pequenos detalhes, conceitos inovadores e pela aliança entre o tradicional e o que é novo.

O novo bairro de Lisboabairrodoavillezjoseavillez3

Há um novo bairro em Lisboa: o do chef José Avillez. Localiza-se no chiado, o “Bairro do Avillez”, que não se pode classificar como sendo um simples restaurante. É também uma mercearia, uma charcutaria e uma taberna. Foi inaugurado em agosto e tem dois andares.

“Já conhecia este espaço há alguns anos, um arquiteto tinha aqui o seu atelier, e sempre o achei especial, quem passa não imagina o que aqui encontra. Quando soube que havia interesse em vender o espaço, o sonho tornou-se realidade”, contou à Ambitur, José Avillez. Segundo o chef este é um espaço especial, não só pela arquitetura, mas também pelas colaborações artísticas e pela decoração que está repleta de detalhes, e claro, “pelo serviço personalizado e pela cozinha”.

Na taberna oferece uma cozinha descontraída e criativa, “inspirada nos melhores sabores portugueses”, onde destaca as “pipocas de coirato picantes”, o “cheviche de tremoço”, ou um “alfacinha de bacalhau crocante”.

Já no Páteo, a oferta é “muito forte em termos de peixe e de marisco”. Salientou como pratos, as gambas da nossa costa, com flor de sal, os carabineiros grelhados, as ameijoas à bulhão pato, ou uma salada de polvo com emulsão de alho. É claro que não faltam as sobremesas, como a Pavlova do Bairro.

Pela primeira vez, tem um espaço de loja, a Mercearia, “onde é possível encontrar uma grande variedades de produtos e também os queijos e charcutaria da Manteigaria Silva”, realçou o proprietário.

_dsc3005hO restaurante italiano com pratos de peixe

La Bottega é o nome do novo restaurante do grupo Il Matriciano, que abriu em outubro, e que se localiza em Campo de Ourique (Lisboa). Quem entra no espaço, entra em Itália: os vinhos, os azeites, as pastas, a mozzarela, o presunto de Parma – todos os produtos se encontram lá. Mas tem uma característica diferente: também tem pratos de peixe.

“Todos os meus clientes pediam pratos com peixe no Il Matriciano. Mas como tenho uma cozinha pequena, não é desejável misturar pratos de carne e peixe, embora se possa fazê-lo numa cozinha grande”, disse o proprietário Alessandro Lagana, que, por este motivo, decidiu abrir um espaço só de peixe ao lado do restaurante já existente.

Este “é o único restaurante em Portugal dedicado ao peixe de cozinha italiana”, referiu o dono, que destacou um prato: a massa trofie com robalo e limão. “É um prato muito bem feito, suave e que mistura a acidez do limão com a gordura do peixe. Belíssimo”, frisou.

006Pizzas que cruzam sabores italianos e portugueses

Também há uma nova pizzeria em Lisboa. Criada em junho, a Glory Pizzeria localiza-se a paredes meias com o Elevador da Glória: a inspiração para o nome do espaço. Após uma renovação do Turim Restauradores Hotel, decidiram reforçar a oferta de alimentação, reabrindo o restaurante e bar, uma estrutura que estava fechada há algum tempo. A aposta foi a cozinha italiana, resultando num “espaço único com detalhes de portugalidade”, disse Ricardo Martins, CEO da unidade.

Diferencia-se pelas “pizzas de massa fina, cozidas num forno a gás, de temperara constante, e que a juntar aos ingredientes frescos e de qualidade tornam a pizza muito leve”, explicou o responsável.

Como prato, o empresário destacou a bruschetta de sardinha, “algo único no panorama da restauração italiana”, por cruzar os sabores italianos com a tradição portuguesa”. Não deixou de salientar a mousse de chocolate, “que não leva ovos e que já foi considerada uma das melhores de Lisboa”.

imagem-2016-04-13-1Os croissants que são mesmo gigantes

Mafalda Perdigão queria fazer algo diferente e decidiu reinventar um produto que gostava: croissants. A inspiração surgiu depois de uma viagem a Nova Iorque em que viu este tipo de pão em formato XL e pensou que também o deveríamos ter por cá. “Achei que poderíamos ter cá um bom croissant de tamanho gigante que poderia ser uma refeição”, contou a proprietária. Depois, recorreu à chefe Susana Cigarro, que é quem desenvolve as receitas, e em março que abriu o estabelecimento – Croissant Gigante -, no Bairro Alto, em Lisboa, em que os reis são os croissants “com os mais variados recheios doces e salgados”, ressalvou Mafalda Perdigão.

Além do tamanho, único em Lisboa, distingue-se pela “qualidade e variedade dos recheios”. O mais vendido, segundo a dinamizadora, no caso dos doces é o de chocolate com caramelo salgado. Já no campo dos salgados é o de salmão. “Eu aconselho sem dúvida o de queijo de cabra com pera ou o de camarão com maionese de lima e funcho”, salientou a proprietária. Tem ainda disponíveis sabores como: ovos moles, gila com ovos e amêndoa, camembert com doce de frutos vermelhos, presunto e queijo de cabra, e ainda, chevre com rucula, mel e pinhões. Já a massa existe em três variedades – folhada, brioche ou integral.

Mafalda Perdigão promove também, ocasionalmente, um rodízio em que é possível experimentar todos os sabores, sendo o croissant cortado em pedaços mais pequenos. Existe ainda o brunch “que tem tido grandes elogios” e que já tem “clientes regulares que vêm todos os fins de semana”.

dsc_1639_tasca-phina_manteiga-cabraO prazer do vinho com petiscos

“Tudo começou por uma brincadeira”, contou o proprietário Miguel Mousinho. Numa noite, estava a “beber uns vinhos” com os donos de uma garrafeira que existia no local, quando propôs transformar-la num espaço onde pudessem juntar “o prazer do vinho com o do petisco”. Confessa que “depois foi tudo muito rápido”. Compraram o local, todo o seu conteúdo, montaram uma cozinha, deram “uma cara nova” e assim, em junho, abriu a Tasca Phina, no Bairro de Alvalade, em Lisboa.

De acordo com Miguel Mousinho, o conceito destaca-se pela “alta qualidade dos produtos”, pelo “ambiente familiar” e pela “paixão pelo petisco e por bons vinhos”. Apesar de o vinho ser o rei, também se especializou em gin e outros cocktails.

Da carta de petiscos, sobressaem os queijos – com grande variedade -, o paté de perdiz, o de javali ou o terra e mar (com azeitonas recheadas de pimento e enroladas em biqueirão), e as tostas feitas de pão caseiro. Porém, o que o fundador mais aconselha, é “o entrocôte de carne de vaca maturada e o tamboril à bulhão pato, um verdadeiro ex-líbris da TascaPhina”. No campo das sobremesas, existe um bolo de Ferrero Rocher e os chocolates com flor de sal de Rio Maior, que de acordo com Miguel Mousinho, são “de comer e chorar por mais”.

Também está disponível para almoços e jantares de pequenos grupos, com qualquer prato, mesmo que não esteja na ementa. Um elemento curioso é que se for superior a 10 pessoas, há a possibilidade de preparar a refeição com a receita de família.

kosherstore_01Experimentar produtos judaicos

Juntou-se o útil ao agradável. No Porto havia “elevada procura de turistas judeus a produtos Kosher [alimentos que obedecem à lei judaica]”, e o Hotel da Música, na região, era já “especialista e certificado para este mercado”, segundo a diretora-geral da unidade, Liliana Castanheira. Vai daí, nasceu em novembro, a Loja Kosher, a primeira do género em Portugal.

Diferencia-se por oferecer uma variedade de alimentos e bebidas permitidas pela lei judaica. Apesar de já ter um público-alvo em vista, nomeadamente a comunidade judaica e muçulmana, pretende que este seja um espaço para todos, dando a conhecer os produtos kosher mas também os portugueses.

De acordo com Liliana Castanheira, os alimentos mais procurados “são os mais tradicionais, como por exemplo, o Matzos, Dolmade, Tehina e o Humus”. Existe também a particularidade de que todos estes produtos podem ser degustados na “Kosher Corner”, um espaço reservado no interior do Hotel da Música.

londresChocolates com viagens surpresa

E se uma tablete de chocolate trouxe-se uma viagem surpresa? Agora já é possível! Foi lançada em outubro a Chocolate Box, uma agência de viagens inovadora por ser a primeira a oferecer viagens surpresa, sem que se saiba o destino. “O mercado das viagens está saturado, e nos dias de hoje, viajar para destinos remotos já não é uma coisa difícil”, explicou o fundador, Inácio Rozeira. Deste modo, pensou: “olhando para este mundo, para adquirir emoção com as viagens é preciso inovar. E foi isso que fizemos. Fizemos com que a adrenalina da viagem se eleve para um nível nunca antes atingido”, salientou.

O projeto parte do pressuposto que quando um cliente escolhe uma viagem decide sempre com base em três variáveis: data, preço e destino. O viajante só tem que aceder a chocolatebox.pt, escolher uma data e efetuar a compra – que tem um valor de 495 euros, fixo, por pessoa. Entretanto, o site vai enviando indicações sobre o que é necessário levar. Um processo em que “o elemento surpresa é a chave”. Só quando se abre tablete de chocolate, é que é revelado o destino. “Isso é completamente novo e inovador”, ressalvou o dinamizador.

A viagem é composta por uma escapadinha de três dias para uma cidade europeia, num hotel de 4 ou 5 estrelas, com pequeno almoço para duas noites. “Nós não oferecemos uma viagem, estamos a proporcionar uma experiência completa”, destacou Inácio Rozeira. Além disso, cada cliente recebe também “uma caixa com uma máquina fotográfica Fuji Instax Mini 8, um rolo e um livro da Coleção de Viagens da Tinta da China”, além da tablete com o destino surpresa.

Em apenas três dias de lançamento já contavam com “centenas de contactos” e com seis mil visitas ao site, o que conseguiram “converter em vendas”, de acordo com declarações do empresário à Ambitur.

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