Cabo Verde Airlines: “A nossa prioridade é construir o hub”

A Cabo Verde Airlines, anteriormente conhecida no mercado como TACV, vai lançar no mercado uma nova rota entre Lisboa e Salvador da Bahia, no Brasil, a partir do próximo dia 18 de junho. A ideia é explorar um “novo modelo de negócio”, conforme explicou à Ambitur Raul Andrade, diretor comercial da companhia aérea, numa apresentação que teve lugar ontem, em Lisboa. Ou seja, em vez de operar em operações “ponto-a-ponto”, a Cabo Verde Airlines aposta agora em explorar grandes mercados para grandes mercados via Cabo Verde, um conceito de hub que tem como ponto central a Ilha do Sal. O responsável justifica esta escolha não só pela capacidade das infraestruturas aeroportuárias desta ilha cabo-verdiana como também pelo facto de ser no Sal que se concentra 55% do turismo que entra no arquipélago, e também aí estar posicionada a maior capacidade hoteleira de Cabo Verde.

“A nossa prioridade é construir o hub”, assume o responsável, acrescentando que passa também por “oferecer mais uma alternativa”. O Brasil já contava com duas ligações via Sal para o Recife (quatro ligações semanais) e Fortaleza (três ligações semanais), e ganha agora uma terceira, para Salvador, com partidas de Lisboa às segundas, quartas e sextas-feiras. A ideia é aumentar as frequências progressivamente e ganhar também mais flexibilidade, explica Raul Andrade à Ambitur, admitindo que “temos de esperar pela evolução”. E acrescenta que a estratégia de evolução passa por, a cada período do ano, verão ou inverno, em função da dinâmica de cada ligação, ir aumentando uma frequência. E, para crescer a nível da flexibilidade, talvez “em vez de termos dois 757 por dia” a Cabo Verde Airlines possa ter “três 737-700 por dia”.

Em novembro, arrancam mais três novas ligações, desta vez a Lagos, Luanda e Washington. Quanto ao Porto, Raul Andrade garante estar nos planos da companhia aérea, talvez em 2020.

Para já, as vendas para a nova rota Lisboa-Sal-Salvador estão “a bom ritmo”, assume o diretor comercial da Cabo Verde Airlines, explicando que o perfil de quem reserva é hoje diferente mas que diariamente se pode ver o crescimento, com “10 a 15 novas reservas”. “Está dentro das expectativas”, garante.

Relativamente ao programa Stopover a Cabo Verde Airlines está neste momento a implementá-lo com os hotéis cinco estrelas das cadeias Meliá e Hilton. “A ideia é chegar a um segmento médio-alto”, explica Raul Andrade, dizendo que o objetivo é atrair outro segmento de clientes, que não o turismo de massas mais habitual neste destino de unidades Tudo Incluído. Estas cadeias hoteleiras estão a oferecer, nesta primeira fase, descontos de 20% a 30% aos clientes que escolherem ficar no Sal quer na sua ida para o Brasil ou no regresso.