“A procura está muito pressionante e estamos em pânico relativamente ao serviço que vamos poder prestar”

Isso mesmo afirmou Jorge Loureiro, vogal da comissão executiva da Turismo Centro de Portugal e vice-presidente da AHRESP, que esteve ontem presente na conferência de imprensa de apresentação do 8º Fórum de Turismo Interno – Vê Portugal, em Lisboa. O empresário de Viseu, da empresa Abrantes da Mota Veiga que tem o Avenida Boutique Hotel nesta cidade, explicou aos jornalistas que o grande problema do setor do turismo, neste momento, é a falta de recursos humanos. E lembrou que “ainda não estamos com o nível de retoma que vamos ter, e estamos muito longe de ter os níveis de recrutamento de 2019”.

Jorge Loureiro sublinhou que “a procura está muito pressionante no último mês e o acelerador é enorme, e estamos em pânico relativamente ao serviço que vamos poder prestar”. Isto porque se coloca agora a questão de como voltar a captar as pessoas que, durante a pandemia, se afastaram do setor turístico, optando por outras áreas de trabalho.

Por isso, afiança que é fundamental que um conjunto de players se coordenem entre si e que “não há esse pivô no Governo para que avançar com um acordo relativamente à importação de recursos humanos”, algo que, frisa, “é uma urgência no setor”. E explica que, neste momento, a questão não a possibilidade de escolha ou um problema de qualificação, mas haver pessoas disponíveis para serem recrutadas, sendo que, numa fase posterior, poderá haver sempre espaço para alguma formação.

[blockquote style=”1″]”vai haver uma necessidade de ajustar o preço”. Isto porque a cadeia de abastecimento “disparou e está a pressionar a viabilidade do negócio, pelo que só há uma hipótese: passar para o consumidor”[/blockquote]

Por outro lado, Jorge Loureiro indica que, no que se refere aos preços, “vai haver uma necessidade de ajustar o preço”. Isto porque a cadeia de abastecimento “disparou e está a pressionar a viabilidade do negócio, pelo que só há uma hipótese: passar para o consumidor”. Defende pois a necessidade de se fazer esta “inversão”, já que Portugal pratica preços abaixo dos disponibilizados por muitos outros países europeus, e “agora pressionados pelos recursos humanos e pela cadeia de abastecimento” é inevitável avançar nesse sentido.