A Responsabilidade Social não deve ser algo exterior ao modelo de negócios

O 19º Encontro Temático GRACE, que aconteceu no Hotel Ritz Four Seasons de Lisboa, terminou com a intervenção do Secretário de Estado do Turismo, Adolfo Mesquita Nunes, que começou por dizer que a Responsabilidade Social se encontrava no leque de expressões das quais não gostava muito, uma vez que está associada a algo suplementar à actividade das empresas. “As empresas são feitas de pessoas, e elas, sim, são o seu activo”. Por isso mesmo, reitera, as pessoas é que interagem e têm responsabilidades. A Responsabilidade Social acaba por encarar questões como a acessibilidade, o ambiente e a sustentabilidade como algo exterior ao modelo de negócios”. E como o turismo se baseia essencialmente na qualidade, os hoteleiros já protegem praias e parques nas zonas envolventes, mais não seja porque acaba por desvalorizar o próprio empreendimento. Sobre a questão da legislação nesta área, considera que está muitas vezes está desfasada da realidade e apenas serve para obrigar as empresas a tomar as acções, sendo que, nesse caso, o fazem não por si, mas pelo modelo de negócio. “Também podemos ter a melhor legislação possível e ela acabar por não ser cumprida”. Acrescenta ainda que a lei está sempre um bocado mais atrás, pelo que não iria adicionar muito àquele que já é o esforço de muitas empresas neste sentido. Basta apenas olhar para a qualidade da oferta turística que temos em Portugal, que já está direccionada para a sustentabilidade e para a inovação, argumenta. Terminou realçando a importância do turismo no que toca à promoção de produtos regionais e à recuperação do património artístico e cultural. O objectivo, como Paula Guimarães, presidente do GRACE, explicou ao Ambitur.pt, é que deste encontro saia um grupo de trabalho, disposto a partilhar experiências, debater, a reflectir qual afinal a responsabilidade do sector hoteleiro para com o meio envolvente, bem como delinear uma estratégia para a sustentabilidade.