Açores: Pandemia obriga a pensar “uma estratégia de âmbito nacional essencialmente focada na retoma da atividade turística”

A pandemia da Covid-19 trouxe dificuldades e desafios a todas as regiões do país. Ambitur.pt tem estado a falar com os responsáveis pelo turismo de cada região e, desta vez, ouviu Mário Mota Borges, secretário regional dos Transportes, Turismo e Energia do Governo dos Açores, que não hesita em afirmar que “o maior desafio e a prioridade estratégica, para os Açores e para qualquer região com forte dinâmica turística como a nossa, será definitivamente a revitalização deste setor, de forma a recuperarmos com a maior brevidade possível os níveis de crescimento que vínhamos a registar, antes da pandemia”. Mas adianta que haverá um segundo desafio: a capacidade dos destinos conciliarem a segurança sanitária de residentes e turistas sem pôr em causa a competitividade perante a concorrência de outros destinos sem ou com menores restrições à entrada de turistas.

Da parte do Governo, foram assim criados mecanismos financeiros de apoio às empresas do setor turístico no sentido de atenuar o impacto negativo da crise e de garantir que as empresas tenham capacidade de reagir o mais rapidamente possível, e de forma oportuna, consoante a evolução da situação nacional e internacional da pandemia.

Paralelamente, o Governo tem também vindo a atuar no sentido de “preparar as empresas turísticas para retomarem a sua atividade da forma mais segura, tanto para a população local como para visitantes, sendo que a grande maioria delas aderiram ao selo ‘Clean & Safe’, que garante práticas melhoradas de acordo com o protocolo sanitário destinado a prevenir e travar a propagação do vírus e, consequentemente, inspirar a confiança dos visitantes”.

Mário Mota Borges admite que, neste momento, e com as incertezas no que diz respeito à evolução da situação pandémica, “será sempre difícil planear a longo prazo”. No entanto, a curto prazo, garante que o Governo Regional dos Açores tem vindo a atuar no sentido de apoiar financeiramente as empresas do setor turístico para minimizar os efeitos negativos desta pandemia. “Sendo o turismo, um setor estratégico, que tem sido fortemente afetado pela pandemia, a sua recuperação será fundamental para impulsionar a nossa recuperação económica e para acelerar o regresso à normalidade possível da atividade turística regional”, sublinha.

Contudo, mesmo com toda a imprevisibilidade, o responsável mostra-se otimista em relação ao futuro. “Todos, tanto setor público como privado, acreditamos que o turismo açoriano começará a recuperar gradualmente durante este ano e com maior intensidade, a partir dos meses de verão, se bem que de uma forma moderada, e com níveis de crescimentos inferiores ao período anterior à pandemia”.

Quanto à existência de uma estratégia nacional turística para a retoma da atividade, Mário Mota Borges lembra que, neste momento, existe a Estratégia Turismo 27 (ET 27) e o Plano + Sustentável 20-23, definidos como referenciais estratégicos pelo Turismo de Portugal. O responsável reconhece que a pandemia veio ameaçar a prossecução das metas da ET 27 para esta década e que hoje, todos os destinos turísticos portugueses, são confrontados com “uma crise sem precedentes” obrigando à “necessidade de se pensar numa estratégia de âmbito nacional, reforçada e ajustada às circunstâncias especiais da atualidade, mas essencialmente focada na retoma da atividade turística”. Essa estratégia, acrescenta o secretário regional dos Transportes, Turismo e Energia, está consubstanciada no Plano + Sustentável 20-23, “através do qual o Turismo de Portugal assume a responsabilidade de mobilizar os agentes e a sociedade para a promoção da sustentabilidade do turismo português, nos próximos três anos”.