AD promete decidir novo aeroporto e TAP 100% privada, mas salvaguarda hub em Lisboa
Luís Montenegro, candidato a primeiro-ministro pela AD (Aliança Democrática), coligação que junta PSD, CDS e PPM, marcou presença num almoço-debate organizado pela CTP (Confederação do Turismo de Portugal), para discutir com os agentes do turismo as ideias do seu partido em relação ao setor.
Em cima da mesa, Francisco Calheiros, presidente da CTP, deixou os problemas da infraestrutura do aeroporto de Lisboa, a decisão sobre a localização do novo aeroporto, a situação da TAP e ainda questões ligadas à governance do turismo, ao acordo de competitividade e rendimentos e à estabilidade política.
A estes pontos, Luís Montenegro garantiu que, caso governe, o novo aeroporto será uma das primeiras decisões a ser tomadas, mal receba o relatório final da CTI (Comissão Técnica Indepedente), mostrando-se aberto a conversar a melhor solução com o PS. Todavia, se não houver concordância da oposição, a AD deverá avançar na mesma com uma localização.
Em relação ao atual aeroporto Humberto Delgado, o secretário-geral do PSD acusou o PS de ter falhado na pressão à concessionária para realizar obras que garantissem a melhoria da qualidade de serviço da infraestrutura: “a ANA está em falta, mas o país não obrigou a ANA a cumprir”, frisou Montenegro, prometendo ainda: “vamos ser exigentes com a concessionária para as obras no Humberto Delgado”.
Últimos 8 anos da TAP foram “crime económico e político”
Outro assunto polémico continua a ser o processo de privatização da TAP, no qual o candidato da AD não poupou críticas ao anterior Governo Socialista e ao atual opositor nas eleições legislativas de 10 de março.
“Na TAP, o processo dos últimos oito anos é uma tragédia, é um crime económico e político. Em 2016, nós tínhamos uma privatização decidida e ela foi adulterada e arranjou-se aquela situação invulgar de uma companhia aérea ser 50% detida pelo Estado e 50% por entidades privadas. E depois fez-se uma nacionalização completa injetando mais 3,2 mil milhões de euros. Para quê? Para agora se voltar a 2016 e se decidir exatamente a mesma coisa”, acusou Luís Montenegro.
Posto isto, o líder da AD mostrou-se favorável à privatização de 100% do capital da companhia aérea, “salvaguardando o interesse estratégico português”, podendo eventualmente “integrar cláusulas que obriguem à manutenção do hub em Lisboa”.
Decisões do AL são para reverter e Turismo poderá sentar com ministros
A nível político, Luís Montenegro garantiu que o Alojamento Local “não rouba espaço à habitação” e prometeu reverter as decisões feitas, explicando como este é um setor fundamental para a melhor capacidade de resposta da oferta turística. Além disso, o candidato a primeiro-ministro defende que as Câmaras Municipais devem ter a palavra sobre a situação do AL, consoante a realidade local.
Em relação a um potencial Ministério do Turismo, Montenegro não fez promessas, mas está nos planos sentar o setor com os ministros para discutir num potencial Conselho de Ministros temático, a acontecer uma vez por mês. Desta forma, garantiu que AD “oferece as melhores condições para a estabilidade”.
No final, os agentes do turismo puderam fazer perguntas a Luís Montenegro, mas à imagem do que aconteceu no anterior almoço com Pedro Nuno Santos, esse momento foi privado à comunicação social.
Por Diana Fonseca