AHP: Em 2018 apenas abriram 43% dos hotéis previstos a nível nacional

A Associação de Hotelaria de Portugal (AHP) aproveitou a BTL para apresentar um balanço e perspetivas do setor hoteleiro em Portugal. Pela voz de Cristina Siza Vieira, presidente da direção executiva da AHP, ficou-se a saber que há uma “elevada taxa de mortalidade” entre a previsão de novos hotéis e a sua efetiva abertura. Mas vamos a números.

“De 61 novos hotéis”, cuja abertura estava prevista para 2018, “apenas 26” abriram de facto. Ou seja, 43% do previsto”, referiu a responsável. No entanto, a taxa de efetiva de “remodelações/reaberturas” fixou-se nos 78%. “Há muitos fatores” para explicar este fenómeno que passam por “atrasos nos licenciamentos”, “alterações nas opções de investimento” ou, mesmo, “dificuldade de recursos humanos em contratar e formar equipas”.

Apesar de tudo, “o turismo português é o maior setor exportador da economia”, sendo que corresponde a 52% das exportações de serviços e 19% das exportações totais. Entre 2017 e 2018, houve crescimento de perto de 10% nas receitas totalizando 16,6 milhões de euros e um aumento do número de hóspedes em 1,7%. Em relação a valores, o ARR subiu 7% em relação ao ano passado, totalizando 95 €, e o REVPAR situou-se nos 66 €, quando, em 2017, estava nos 63 € (uma subida de de 5%).

Já a taxa de ocupação por quarto fixou-se nos 70%. As regiões das Beiras, Coimbra, Viseu, Costa Azul, e Alentejo registaram uma subida face ao ano anterior. Por seu turno, as regiões do Grande Porto, Leiria/Fátima/Templários, Estoril/Sintra, Algarve, Madeira e Açores sofreram uma descida nesta taxa. Lisboa e Madeira são as regiões que registam uma taxa de ocupação maior (81% e 80%, respetivamente. Já a região de Leiria/Fátima/Templários e Viseu registam as taxas de ocupação menores (46% e 47%, respetivamente). Em termos de REVPAR, Lisboa é a que regista o maior valor (93€) já as regiões de Viseu e Leiria/Fátima/Templários registam o menor (27€).

Olhando para a relação entre a nacionalidade e o número de dormidas/hóspedes, nota-se a predominância de estrangeiros, (71% nas dormidas e 62% nos hóspedes). Os mercados alemão e inglês lideram quer nas dormidas quer nos hóspedes. No entanto, foi justamente nestes mercados que se registaram as maiores quebras. Já o mercado americano e brasileiro registaram as maiores subidas.

A liderar na região do Algarve, o mercado inglês não é olhado com preocupação, apesar do “Brexit”. Apenas os hoteleiros do sul do país prevêem uma queda do número de turistas britânicos. Com 2,8 mil milhões de euros em receitas em 2018, os hoteleiros nacionais prevêem alguns “constrangimentos” com a saída do Reino Unido da União Europeia para o crescimento do setor mas “não estão à espera de uma queda do mercado”: esperam antes um “estabilização deste mercado”. Cristina Siza Vieira referiu que, no inquérito que os associados da AHP realizaram, estes estavam a “apostar (para este ano) no crescimento dos mercados de Espanha e nacional”, apontando também como oportunidades os mercados americano, chinês e brasileiro, apesar de esperarem um “abrandamento claro” na evolução das taxas de ocupação.