A AHP apresentou hoje os resultados do seu inquérito sobre o balanço de 2024 e perspetiva de 2025. Bernardo Trindade, atual presidente da associação, e que entregou ontem a sua recandidatura à liderança da AHP nas eleições que terão lugar no próximo dia 21 de abril, fez questão de afirmar que, apesar das boas estimativas para o ano em curso, o país se depara com um conjunto de desafios, no qual se destaca o clima de incerteza governamental. “Face a esta instabilidade política, é essencial que este processo decorra rapidamente e que o próximo Governo tome posse rapidamente”, defendeu o dirigente associativo, acrescentando que continuam por ter resposta vários temas essenciais ao turismo e à hotelaria em particular.
O responsável lembrou que, na verdade, as perspetivas para 2025 tinham um “grande concorrente”: os números alcançados em 2024. E, se é verdade que, no primeiro trimestre que termina agora, para muitos dos associados da AHP houve um decréscimo, com um período pior do que o verificado no ano passado, Bernardo Trindade aponta também que “felizmente as perspetivas para o resto do ano são positivas”. E acredita que “vamos conseguir reequilibrar esta performance, em alguns casos crescendo mais do que em 2024, e em outros casos ficando em linha com 2024, que foi o nosso melhor ano turístico de sempre”.
Para já, continuam por resolver temas como o Aeroporto de Lisboa, com o presidente da AHP a afirmar que “é essencial que, para a nossa principal infraestrutura, a que mais serve o país, tenhamos respostas ao nível das obras que decorrem, da qualidade do serviço que estamos a oferecer”. Além disso, destacou ser igualmente importante “a ausência de resposta em termos de slots”, apelando a que “possamos desencadear uma grande campanha em torno do aumento da estadia média“.
Outros dossiers que considera fundamentais dizem respeito, por um lado, à abertura do capital da TAP, defendendo o responsável que se garanta “a vocação estratégica para Portugal” no respetivo caderno de encargos; e, por outro lado, o tema das migrações, sobretudo num setor como a hotelaria, que depende muita de mão-de-obra e “sabendo que não nos bastamos a nós próprios”. Por isso, Bernardo Trindade indica que é necessário encontrar “oferta de emprego exterior, e que o possamos fazer da forma mais célere e mais determinada em função das nossas necessidades”. O representante da AHP recordou que a associação está disponível para dar formação, algo que já é feito à escala nacional, e garantiu que, em breve, serão apresentadas outro tipo de garantias. E lembrou ainda que foi assinado, no âmbito da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), o acordo de competitividade e rendimentos, com a AHP a apontar aqui para aumentos salariais “muito acima da inflação, conferindo poder de compra à nossa força de trabalho”. E disse que “tínhamos comprometidos um conjunto de medidas para as empresas que ainda não foram totalmente regulamentadas, e é importante fazê-lo”.
Por Inês Gromicho
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