AHP lamenta “retrocesso” na questão aeroportuária de Lisboa

A Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) lamentou o retrocesso em torno da questão do novo aeroporto de Lisboa. Foi com “otimismo e expectativa” que a AHP recebeu a notícia da solução aeroportuária, reiterando, uma vez mais, que o “arrastar da situação, com décadas de debate”, tem resultados nefastos para o país, dando como exemplo, o “desperdício de investimento em concursos, estudos e análises” ou o “dispêndio inglório de energia em avanços e recuos”.

“A situação recentemente criada é muito má para o país. A solução para o Aeroporto de Lisboa é, há muito, urgente, urgentíssima no curto prazo! Como é sabido a perda de oportunidades devido à incapacidade de resposta, nomeadamente na falta de slots é uma realidade muito prejudicial para o setor do Turismo, mas também para a economia do país. Portugal não se pode dar ao luxo de rejeitar clientes por falta de soluções de mobilidade”, declara Bernardo Trindade, presidente da AHP, citado num comunicado.

O responsável lembra que “a falta de capacidade aeroportuária de Lisboa afeta todo o país, não só a região de Lisboa”, pelo que “uma decisão imediata, seja ela qual for, é estrutural, sobretudo numa altura em que recuperamos de uma pandemia e vivemos momentos de instabilidade geopolítica. Esta indefinição traz, para já, problemas no imediato, mas também a médio e longo prazo que têm de ser resolvidos. Todas as soluções agora encontradas só trarão benefícios para Portugal daqui a uns anos e é fundamental para já a realização de obras no Aeroporto Humberto Delgado que permitam aumentar o número de lugares de estacionamento, melhorar a circulação em terra com aumento do número de movimentos, tudo articulado com uma mais eficaz monitorização do espaço aéreo”.

Apesar de tudo, o presidente da AHP acredita que “há vontade em definitivamente tomar decisões”, lembrando o discurso do recém eleito líder do PSD que reconhece que “o país e Lisboa precisam de reforçar a capacidade aeroportuária e suprir insuficiências que existem e prejudicam o interesse nacional”.

No mesmo comunicado, a AHP reforça o apelo ao Governo e aos demais intervenientes  para que “não se perca o foco e se trabalhe de forma célere para encontrar uma solução aeroportuária definitiva”, a bem de Portugal. “Já não há mais margem para adiar uma decisão que é estratégica para Portugal”, remata a Associação.