De acordo com o AHP Tourism Monitor, ferramenta exclusiva de recolha de dados da Hotelaria nacional trabalhados mensalmente pela AHP, em 2018 houve um abrandamento do crescimento dos vários indicadores de operação, com a Taxa de Ocupação (TO) a registar uma quebra ligeira, mas trouxe também resultados muito positivos.
Operação hoteleira:
- Taxa de Ocupação (TO) com “quebra ligeira”
Em 2018, a taxa de ocupação a nível nacional atingiu os 70%, menos 1,3 p.p. do que no ano de 2017.
Por destinos turísticos, Lisboa registou a taxa de ocupação mais elevada, com 81%, no entanto de notar que este destino, em variação, cresceu apenas 0,6 p.p. em comparação com igual período do ano anterior. A TO na Madeira fixou-se nos 80%, mas em termos homólogos decresceu 2,9 p.p.
Por categorias, destaque para as duas estrelas com um crescimento de 4 p.p., fixando-se nuns expressivos 83%.
Preço Médio por Quarto Ocupado (ARR):
- A ARR “cresce em todos os destinos turísticos”
Quanto ao ARR, o ano de 2018 teve saldo positivo em todos os destinos, alcançando os 95 euros a nível nacional, e que se traduz num crescimento de 7% em comparação com 2017. Lisboa registou o preço médio mais elevado com 115 euros. Em termos de variação homóloga, destaque para os Açores, Lisboa e Grande Porto, com um crescimento de 11%, 9% e 8%, respetivamente.
- RevPAR
O RevPar (preço médio por quarto disponível) foi de 66 euros, mais 5% do que no ano de 2017. Todos os destinos registaram crescimento neste indicador, à exceção de Leiria/Fátima/Templários, com Lisboa a liderar de forma destacada com 93 euros, seguido do Grande Porto com 68 euros e do Algarve com 67 euros. Em termos de variação homóloga as melhores performances neste indicador foram Beiras e Viseu, com 13% de crescimento, e o Alentejo, com 12%.
Cristina Siza Vieira, da Associação da Hotelaria de Portugal, acrescenta “fechámos 2018 com uma TO de 70%, mas o mais interessante é que se analisarmos a variação homóloga de cada um dos 12 meses do ano, percebemos que os únicos meses em que a TO não quebrou foram os do primeiro trimestre. Foi também visível, nesse período, o efeito Páscoa que no ano passado foi em março e em 2017 tinha sido em abril. A Páscoa, é de facto, um grande balão de oxigénio para a Hotelaria portuguesa. Esse efeito não se refletiu apenas na TO, mas também no ARR e, portanto, teve notório impacto no RevPAR. Interessante é também registar que no ano de 2018 não só o primeiro trimestre se destacou pelo crescimento da TO, como os destinos que mais cresceram foram Beiras, Alentejo e Viseu.”
Dormidas e Hóspedes:
- Quebra dos mercados europeus; crescimento do EUA e Brasil
O peso das dormidas de nacionais em 2018 foi de 29%, enquanto as dormidas provenientes do estrangeiro chegaram aos 71%.
O Reino Unido foi líder das dormidas no Algarve, mas teve também a quebra mais evidente; Alemanha foi líder das dormidas na Madeira e nos Açores, mas registou quebras nos Açores, Madeira e Algarve; França foi líder das dormidas internacionais em Lisboa e segundo principal mercado no Norte e registou a maior quebra no Alentejo; Espanha foi líder das dormidas internacionais no Norte, Centro e Alentejo, mas teve a maior quebra em Lisboa; os Países Baixos foram o terceiro melhor mercado internacional no Algarve, no entanto o peso das dormidas diminuiu; os EUA foram o segundo melhor mercado internacional nos Açores e o terceiro no Alentejo, de destacar o seu crescimento em Lisboa e Açores. Registaram uma quebra apenas na Região Centro; o Brasil foi o segundo mercado internacional no Alentejo, onde também teve o seu crescimento mais expressivo, e na Região Centro. De assinalar uma quebra deste mercado apenas nos Açores; a Itália foi o segundo mercado internacional na Região Centro, no entanto o seu peso nas dormidas, a nível nacional, diminuiu.
Em termos de hóspedes, 38% foram nacionais enquanto 62% foram estrangeiros. Quando comparado com 2017, houve um crescimento do peso dos hóspedes nacionais de 0,8 p.p.
Motivação:
Lazer/Recreio e férias foi a principal motivação das dormidas
Em 2018, a motivação “lazer/recreio e férias” foi claramente a principal motivação das dormidas com 83% das preferências, enquanto a motivação “negócios/profissionais” manteve os 11% do ano anterior e as “outras motivações” 6%. Quando comparado com 2017, houve um aumento das dormidas pela primeira motivação referida. Destaque para as outras motivações no Centro e nos Açores, com 21% e 12% das dormidas, respetivamente.
Canais de Distribuição:
- Agências e Tour Operadores responsáveis por 77% das reservas na madeira
Em 2018, as agências/operadores turísticos foram novamente o principal canal de distribuição de dormidas nos hotéis nacionais com um peso de 40%, seguido dos Travelwebsites com 22%. A predominância das agências/tour operador é mais evidente na Madeira onde 77% das reservas são feitas através deste canal de distribuição. De salientar o aumento das dormidas por website próprio na Área Metropolitana de Lisboa e via Travelwebsites no Algarve.
Dormidas por áreas promocionais – NUTS II
- Norte
Em 2018, a maior fatia das dormidas da Região Norte coube a Portugal (45%), seguidos de Espanha (12%), França (8%), Brasil e Alemanha (5%). Salienta-se o crescimento da quota dos mercados brasileiro e americano quando comparado com o ano de 2017.
- Centro
Na Região Centro, a liderança das dormidas nos mercados internacionais coube aos turistas espanhóis (11%), tendo o mercado nacional contribuído com 54%. O peso do mercado nacional cresceu de 48% para 54% de todas as dormidas em hotéis do Centro. O mercado italiano continua a ser dos principais mercados embora tenha passado de 7% de peso em 2017 para 6% em 2018 e o mercado brasileiro foi o que mais cresceu neste ano com um aumento de 1.1 p.p. (passando de 4% para 5% de peso nas dormidas).
- Lisboa
Na Região de Lisboa, apenas 18% das dormidas foram nacionais, caindo 4 p.p. em peso relativo). Em termo internacionais, os mercados francês (9%), Alemão (8%), inglês (8%) e americano (7%) foram os principais em 2018. O peso do mercado americano cresceu de 4% em 2017 para 7%.
- Alentejo
A maior fatia das dormidas na Região Alentejo é nacional, com 58%, e nos mercados internacionais o primeiro lugar coube aos turistas espanhóis (7%) seguido dos brasileiros com 6% das dormidas, americanos com 5% e franceses com 3%. Destaque para o crescimento da quota dos mercados americano e brasileiro quando comparado com o ano de 2017.
- Algarve
No Algarve, 31% das dormidas foram de nacionais, 30% do Reino Unido, 9% da Alemanha e 5% dos Países Baixos e Irlanda. O mercado nacional cresceu de 25% para 31% de todas as dormidas em hotéis do Algarve e as maiores quebras incidiram no mercado inglês e alemão.
- Madeira
Na Madeira, a liderança das dormidas de mercados internacionais coube ao mercado alemão com 30% das dormidas, seguido do Reino Unido (7%). Salienta-se o crescimento da quota dos mercado nacional, mais 1,4 p.p. (fixando-se nos 18%), e quebra da quota dos mercados alemão e inglês quando comparado com o ano de 2017.
- Açores
Nos Açores, 33% das dormidas foram de nacionais, 31% de alemães, 8% de americanos e 6% de canadianos. Quando comparado com 2017, o maior crescimento foi no mercado americano, passando de 6% para 8% no peso das dormidas, e a maior quebra foi no mercado alemão passando de 35% para 31%. O Canadá manteve-se como terceiro principal mercado internacional neste destino.