Os resultados de mais um inquérito mensal da AHRESP – Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal à atividade turística revelam uma situação dramática para as empresas da restauração e bebidas e do alojamento turístico, que se irá agravar significativamente com a diminuição das férias dos portugueses e a menor utilização de esplanadas com o aproximar do outono.
Na Restauração e Bebidas, mais de 38% das empresas ponderam avançar para insolvência, dado que as receitas realizadas e previstas não permitirão suportar os encargos habituais para o normal funcionamento da sua atividade. Para as empresas inquiridas, a faturação do mês de agosto foi devastadora, com 70% das empresas a registarem quebras homólogas de faturação acima dos 40%.
Mais de 9% das empresas não conseguiram efetuar o pagamento dos salários em agosto e 10% só o fez parcialmente. Com esta realidade, 14% das empresas já efetuaram despedimentos desde o início do estado de emergência, e mais de 24% das empresas assumem que não vão conseguir manter todos os postos de trabalho até ao final do ano.
Para as empresas do Alojamento Turístico o cenário é igualmente alarmante. Durante todo o mês de agosto, 12% das empresas não registaram qualquer ocupação e mais de 16% indicou uma ocupação máxima de 10%. 22% das empresas inquiridas revelaram uma quebra homóloga superior a 90% na taxa de ocupação.
O mês de setembro indicia resultados não menos preocupantes, pois 24% das empresas não esperam uma taxa de ocupação acima dos 10%, e mais de 17% das empresas perspetivam uma ocupação zero. Perante este cenário, 16% das empresas ponderam avançar para insolvência por não conseguirem suportar todos os normais encargos da sua atividade.
Mais de 19% das empresas não conseguiram efetuar o pagamento dos salários em agosto e 8% só o fez parcialmente. Com esta realidade, cerca de 16% das empresas assumem que não vão conseguir manter todos os postos de trabalho até ao final do ano.
Estes resultados nacionais, quer da restauração e bebidas, quer do alojamento turístico, não evidenciam diferenças muito significativas entre as várias regiões. Esta análise incidiu sobre as cinco regiões do continente (Norte, Centro, Lisboa, Alentejo e Algarve) e as 2 regiões autónomas (Açores e Madeira).