AHRESP: 56% de empresas na restauração e 31% no alojamento adiaram investimentos por dificuldades na contratação

No âmbito da inquirição que a AHRESP tem vindo a realizar às empresas do alojamento turístico e das empresas da restauração e similares, estão já disponíveis os resultados referentes ao mês de setembro de 2021. O inquérito, que decorreu entre os dias 30 de setembro e 17 de outubro de 2021, obteve um total de 724 respostas válidas (341 na restauração e similares e 383 no alojamento turístico).

Restauração e Similares

Entre as principais conclusões, ao nível da Faturação, verifica-se que 49% das empresas registaram quebras no mês de setembro, face ao mês homólogo; para outubro, 48% estimam continuar a registar quebras de faturação face a 2020.

Pode observar-se ainda que em outubro, face às estimativas de faturação, 12% das empresas não irá conseguir suportar os encargos habituais. E 16% das empresas ponderam avançar para insolvência, caso não consigam suportar todos os encargos.

No que diz respeito ao Emprego, 5% das empresas assumem que não vão conseguir manter todos os postos de trabalho até ao final de setembro.

Já no que toca à Contratação, desde o início do ano, 67% das empresas sentiram necessidade de contratar novos colaboradores; destas, 91% sentiram dificuldades na contratação. Entre as principais dificuçdades, as empresas apontam o perfil inadequado dos candidatos (61%) e o número reduzido de candidatos (60%). As funções com maior dificuldade de contratação são empregado de mesa/ balcão (79%) e cozinha (65%).

58% das empresas assumem não ter funcionários suficientes para assegurar a melhor qualidade do serviço. E 56% afirmam que tiveram de adiar investimentos no negócio por terem dificuldades em contratar recursos humanos.

Num balanço dos meses de verão, a AHRESP conclui que 55% das empresas indicam que o verão
de 2021 foi melhor que o de 2020, enquanto 23% afirmam ter sido pior. Para 31% das empresas, a variação de receitas no verão de 2021, face a 2020, foi igual ou inferior a +25%. A maioria das empresas (74%) teve o mercado nacional como cliente principal.

Durante o verão, as medidas de apoio a que as empresas mais recorreram foram o Apoio à Retoma Progressiva (34%), o novo Incentivo à Normalização (32%) e as moratórias bancárias (28%). 25% das empresas da restauração e similares indicam não ter recorrido a nenhuma medida de apoio durante o verão. Apenas 10% das empresas indicam ter registado faturação suficiente no período de verão para aguentar os meses de época baixa.

Ainda no setor da restauração e similares, para o quarto trimestre, 54% das empresas estão otimistas na retoma da atividade após o levantamento da maioria das restrições. Porém, a maioria das empresas (40%) acredita que a aceleração da atividade só irá acontecer a partir do segundo trimestre de 2022, enquanto 18% prevê que tal aconteça apenas a partir do 3º trimestre de 2022. 34% das empresas assumem que não conseguem manter o negócio até ao final do ano, se os apoios não forem reforçados.

Analisando a questão das Moratórias Bancárias, o inquérito da AHRESP revela que, no final de setembro de 2021, 45% das empresas de restauração e similares tinham créditos em moratória. Destas, 26% assumem não conseguir retomar os pagamentos a partir de outubro e 35% não sabem se conseguem. Apenas 10% negociaram com sucesso a reestruturação dos seus créditos com os bancos. As condições pouco vantajosas (64%) e a pouca flexibilidade do banco (55%) foram as principais dificuldades na negociação. Entre as empresas que conseguiram chegar a acordo com os seus bancos, 76% afirmam não estar satisfeitas com as condições acordadas. A extensão da maturidade dos empréstimos (45%) e um novo período de carência (42%) foram os principais benefícios conseguidos nos processos de reestruturação.

Alojamento Turístico

No setor do alojamento turístico, 42% das empresas de alojamento registaram quebras na faturação de setembro, face ao mês homólogo. Para o mês de outubro, 40% estimam continuar a registar quebras de faturação face a 2020. Em outubro, face às estimativas de faturação, 12% das empresas não irá conseguir suportar os encargos habituais (pessoal, energia, fornecedores e outros). 11% das empresas ponderam avançar para insolvência, caso não consigam suportar todos os encargos.

Ao nível do Emprego, 8% das empresas assumem que não vão conseguir manter todos os postos de
trabalho até ao final de setembro. Já no que toca à Contratação, desde o início do ano, 32% das empresas sentiram necessidade de contratar novos colaboradores. Destas, 78% sentiram dificuldades na contratação. Entre as principais dificuldades, as empresas apontam o número reduzido de candidatos (54%) e o perfil inadequado dos candidatos (37%). As funções com maior dificuldade de contratação são empregado de limpeza (77%) e receção (31%). 17% das empresas de alojamento assumem não ter funcionários suficientes para assegurar a melhor qualidade do serviço. E 31% das empresas tiveram de adiar investimentos no negócio por terem dificuldades em contratar recursos humanos.

No balanço do verão, 61% das empresas indicam que o verão de 2021 foi melhor que o de 2020, enquanto 14% afirmam ter sido pior. Para 24% das empresas, a variação de receitas no verão de 2021, face a 2020, foi igual ou inferior a +25%. A maioria das empresas (43%) teve o mercado nacional como cliente principal, enquanto 18% indicam ter sido 50/50.

Durante o verão, as medidas de apoio a que as empresas mais recorreram foram o Apoio à Retoma Progressiva (21%), as moratórias bancárias (19%) e a Linha de apoio à tesouraria do Turismo de Portugal (17%). 50% das empresas do alojamento turístico indicam não ter recorrido a nenhuma medida de apoio durante o verão.

Apenas 21% das empresas indicam ter registado faturação suficiente no período de verão para aguentar os meses de época baixa.

Para o quarto trimestre, o inquérito revela que 62% das empresas estão otimistas na retoma da atividade após o levantamento da maioria das restrições. Porém, a maioria das empresas (58%) acredita que a aceleração da atividade só irá acontecer a partir do segundo trimestre de 2022, enquanto 17% prevê que tal aconteça apenas a partir do terceiro trimestre de 2022. 14% das empresas assumem que não conseguem manter o negócio até ao final do ano, se os apoios não forem reforçados.

Sobre as moratórias bancárias, no final de setembro de 2021, 35% das empresas de alojamento turístico tinham créditos em moratória. Destas, 30% assumem não conseguir retomar os pagamentos a partir de outubro e 23% não sabem se conseguem. Apenas 12% negociaram com sucesso a reestruturação dos seus créditos com os bancos. A pouca flexibilidade do banco (65%) e as condições pouco vantajosas (38%) foram as principais dificuldades na negociação. Entre as empresas que conseguiram chegar a acordo com os seus bancos, 64% afirmam não estar satisfeitas com as condições acordadas. Um novo período de carência (58%) e a extensão da maturidade dos empréstimos (42%) foram os principais benefícios conseguidos nos processos de reestruturação.

No que se refere às taxas de ocupação, em setembro, 7% das empresas não registaram qualquer ocupação e 7% indicaram uma ocupação até 10%. 39% das empresas indicaram que a taxa de ocupação de setembro registou uma quebra face ao período homólogo. Para o mês de outubro, 11% das empresas estimam uma taxa de ocupação zero e 16% das empresas perspetivam uma ocupação máxima de 10%. Para novembro e dezembro, a estimativa de ocupação zero mantém-se em níveis preocupantes, sendo referida por 27% e 30% das empresas, respetivamente.

Em outubro, o mercado internacional é o que está a ter mais representatividade nas reservas para 45% das empresas. 33% das empresas refere que é o mercado nacional e 23% indica 50/50. Considerando as reservas que as empresas de alojamento já têm para o quarto trimestre de 2021, os principais mercados emissores serão Portugal (referido por 58% das empresas), Espanha (43%), França (34%) e Alemanha (32%),