Airbnb: Recuperação das viagens transformou-se numa revolução das viagens

Impulsionadas pela flexibilidade criada pelo teletrabalho, as viagens estão a passar por uma mudança crucial, diz a Airbnb.

O Zoom e outros serviços semelhantes são a mais recente inovação tecnológica a perturbar as viagens, precedida pela máquina a vapor que trouxe os primeiros comboios e barcos, e ajudou a criar o conceito de destinos turísticos para os mais privilegiados; o automóvel produzido em massa que democratizou as viagens por estrada; e o transporte aéreo comercial que trouxe as viagens transfronteiriças à escala, entre muitos outros.

Mas, ao contrário dos comboios barcos, automóveis ou aviões, o Zoom e outros serviços similares não só permitem viajar mais depressa, para mais longe ou de forma mais económica, como também trouxe a possibilidade de escolher não viajar simplesmente, como no caso dos negócios, ou de viajar a qualquer momento e para qualquer lugar, como no caso dos trabalhadores à distância e das suas famílias e amigos.

Estas tecnologias que permitem o trabalho remoto alteraram, diz-nos a Airbnb, a razão de ser das viagens, com as viagens transfronteiriças apenas a começar a recuperar, e com mais inovações para apoiar o teletrabalho seguramente ainda por vir. E quando mais jovem for a empresa, mais flexível será a sua política de trabalho à distância.

Um inquérito da Airbnb feito em seis países revela que os adultos mais jovens (entre 18 e 34 anos) são os que mais tempo passam em teletrabalho, e também os que mais viajaram. Os trabalhadores remotos a tempo inteiro têm mais probabilidades de ter entre 35 e 44 anos.

Na Airbnb consideram que as viagens vão regressar com ainda maior força, mas não como em 2019. As pessoas estiveram demasiado tempo isoladas e querem reunir-se.

“Esperamos ver uma mudança significativa na forma como as pessoas se movimentam no mundo, já que juntarem-se intencionalmente – famílias, amigos e colegas – volta a ser mais importante do que nunca, e as linhas entre as viagens, o trabalho e a vida continuam a diluir-se”, explica a empresa, que resume a sua teoria nos pontos seguintes:

– As viagens de negócio mais longas que combinam trabalho e lazer farão parte do futuro à medida que as viagens se organizem menos em torno de estadias de uma semana e mais em torno dos locais que as pessoas querem sentir e onde querem trabalhar. A Airbnb assiste a um aumento de cerca de 2,5 vezes na percentagem de estadias de longa duração para as viagens de negócios, e as estadias de longa duração (mais de 28 noites) foram a categoria de duração de viagem com um crescimento mais rápido na empresa no segundo trimestre de 2021;

– O Zoom pode não ser útil para as viagens de negócios, mas é bom para as viagens em família, e os fins de semana prolongados que misturam trabalho e lazer, possibilitados pelo teletrabalho a tempo parcial, também farão parte do futuro. Nos EUA, os fins de semana prolongados estão a aumentar: Os fins de semana de três e quatro dias entre famílias cresceram cerca de 70% desde o segundo trimestre de 2019 até ao segundo trimestre de 2021;

– Os acordos de teletrabalho entre empresas e funcionários também darão às pessoas uma flexibilidade sem precedentes para reservar por épocas. No primeiro e segundo trimestres de 2021, a Airbnb observou mais reservas de estadias de longa duração na Flórida do que em qualquer outro trimestre da história da empresa. As pessoas estão empolgadas com a perspetiva de que as viagens se misturem com a vida: quando a Airbnb convida pessoas a viverem em qualquer local durante um ano recebe mais de 300.000 pedidos em três semanas.

– A Airbnb está a assistir a um aumento considerável do número de noites reservadas para os alojamentos de maio dimensão (quatro ou mais quartos) e no número de noites reservas para viagens familiares de janeiro a agosto de 2021 face a janeiro e agosto de 2019.