A AirHelp analisou os atrasos e cancelamentos de voos nos principais aeroportos europeus, bem como a pontualidade dos voos em Portugal. A organização especializada na defesa dos direitos dos passageiros aéreos apresenta agora um relatório no qual se verifica que, durante os primeiros quatro meses de 2023, um terço dos passageiros que partiu de Portugal sofreu algum tipo de perturbação no voo.
Segundo a AirHelp, em comunicado, mais de dois milhões e meio de passageiros aéreos, dos mais de sete milhões de passageiros que voaram entre janeiro e abril de 2023, sofreram alguma perturbação nos voos que partiram de Portugal, atingindo, aproximadamente, 35% de interrupções nos voos.
Comparando os dados do presente ano com o período homólogo, o documento apresentado pela organização refere que se registou uma duplicação do número de voos com perturbações, com pouco mais de um milhão de passageiros a ver o seu voo atrasado ou cancelado em 2022.
De acordo com os registos da AirHelp, março foi o mês com mais incidentes em Portugal, sendo que mais de 800 mil dos dois milhões e meio de passageiros afetados tinham o voo programado para esse mês.
Os passageiros que partiram do Aeroporto de Lisboa foram os mais prejudicados, com mais de um milhão e meio de passageiros a sentirem algum tipo de perturbação no voo, ou aproximadamente 41%. Em segundo lugar, encontra-se o Aeroporto da Horta, onde cerca de 35% dos passageiros não voou à hora prevista, e, em terceiro, o Aeroporto da Madeira, que registou quase 29% de passageiros afetados.
No sentido inverso, o Aeroporto de Ponta Delgada revelou ser o mais pontual, tendo quase 75% dos voos a partir à hora indicada e 73% dos passageiros não sofreu qualquer perturbação no seu voo. Também o Aeroporto do Porto apresentou bons resultados, de acordo com a AirHelp, com 73% dos voos a partir à hora indicada e 73% dos passageiros a não sofrer qualquer perturbação no seu voo.
Na restante Europa, o relatório da AirHelp indica que o Reino Unido foi o país com o maior número de passageiros aéreos afetados, em 6 milhões de pessoas, durante os primeiros quatro meses de 2023. A Turquia segue-se em segundo lugar, com cerca de 5,5 milhões de passageiros afetados, e a Alemanha está em terceiro, com cerca de 4,7 milhões de passageiros deslocados com atraso ou com voo cancelado.
No extremo oposto, Kosovo, Chipre e a Grécia registaram os menores números de atrasos para os viajantes aéreos nos primeiros quatro meses de 2023. No Kosovo, apenas 16% de todos os passageiros aéreos partiu com atraso. Chipre vem a seguir, com 17%, e a Grécia depois, com 18%.
3,5 milhões de passageiros na Europa têm direito a indemnização
Em toda a Europa, mais de 40 milhões de passageiros sofreram atrasos nos primeiros quatro meses de 2023 (26%), nota a AirHelp, no comunicado. Trata-se, segundo a organização, de uma deterioração significativa em comparação com o mesmo período do ano passado, quando cerca de 20 milhões de passageiros sofreram atrasos (18%).
Além disso, acrescenta, o número de problemas de voo causados pelas companhias aéreas tem vindo a aumentar. Enquanto que, nos primeiros quatro meses de 2022, apenas cerca de 1,8 milhões de passageiros tinham direito a indemnização, no mesmo período de 2023, este número aumentou para 3,5 milhões.
De acordo com o regulamento que regula os voos de partida e chegada na União Europeia, os passageiros têm direito a uma indemnização por atrasos superiores a três horas, cancelamento do voo ou recusa de embarque. A AirHelp refere que, com base no regulamento, os passageiros aéreos que tenham sofrido interrupções têm três anos para apresentar um pedido de indemnização.