AirHelp: Portugal tem a maior percentagem de voos com perturbações

A AirHelp, empresa especializada na defesa dos direitos dos passageiros aéreos e na obtenção de compensações por perturbações em voos, analisou as perturbações ocorridas em todos os países da UE, em 2018 (entre 1 de janeiro e 30 de setembro).

De acordo com a nota enviada à imprensa pela AirHelp, Portugal destaca-se pelos “piores motivos”, ao registar a maior percentagem de perturbações em voos: “35% dos voos com partida do nosso país chegaram ao destino com mais de 15 minutos de atraso ou foram cancelados”.  A nota refere ainda que “quando ordenada a lista pelo total de voos com perturbações, Portugal fica também no Top 10 das piores performances: ocupa a sexta posição”.

Durante o período em análise, “registaram-se cerca de 48.440 voos com atraso e 2.010 cancelamentos. Por outro lado, tendo em conta os países da UE com mais de 100.000 voos, a Espanha e a Dinamarca apresentam a menor percentagem de perturbações (23%)” refere a mesma nota.

Apesar da elevada percentagem de voos problemáticos registada em Portugal, a AirHelp analisa que “é a Alemanha que apresenta o número mais elevado de voos com perturbações: cerca de 174.740 voos foram afetados por atrasos e 14.530 foram cancelados”.

Analisando os restantes países com maior tráfego aéreo, a empresa verifica que o Reino Unido, apesar de ter um número total de voos superior à Alemanha, apresenta menos voos com perturbações (cerca de 180.240). Merece também destaque o desempenho de Espanha, que embora apresente um total de voos semelhante ao da Alemanha regista menos perturbações (cerca de 136.870).

Bernardo Pinto, Brand Manager e porta-voz da AirHelp em Portugal, comenta que “este ano, a Europa experienciou um caos inédito nas suas ligações aéreas, o qual afetou milhões de pessoas. A Alemanha é o país europeu onde as companhias aéreas devem mais aos seus passageiros. Isso deve-se, principalmente, às greves que atingiram a Ryanair e à batalha pelas quotas de mercado, na sequência das falências da Air Berlin e da Niki. Como resultado, muitas companhias aéreas assumiram os tempos de partida e chegada nos aeroportos, chamados slots, embora não tivessem aviões ou tripulantes suficientes. Face à procura de aviões, ainda mais elevada do que o normal, não havia aeronaves suficientes, o que levou muitas companhias aéreas a cancelarem voos ou a combinar ligações posteriores. Desta forma, as companhias aéreas conseguem manter novas slots, mas os passageiros são afetados por atrasos e cancelamentos – uma situação inaceitável”.

“Os passageiros afetados por atrasos ou cancelamentos em voos devem, por isso, verificar se têm direito a uma compensação financeira. A AirHelp está aqui para ajudar e, se necessário, podemos ir a tribunal pelos passageiros”, conclui Bernardo Pinto.

Problemas no voo: estes são os direitos dos passageiros

De acordo com a AirHelp, no caso de atrasos superiores a três horas, cancelamentos de voos ou impedimento de embarque, “os passageiros podem ter direito a uma compensação até 600€ por pessoa, em determinadas circunstâncias”. A empresa acrescenta ainda que “as condições para que tal aconteça determinam que o aeroporto de partida se encontre dentro da UE ou que a companhia aérea tenha sede na UE. Além disso, a razão da perturbação deve ser causada pela companhia. O direito à compensação financeira deve ser reclamado no prazo de três anos a contar da data da perturbação”. Por outro lado, a empresa explica que em “circunstâncias extraordinárias como tempestades ou emergências médicas isentam as companhias da obrigação de compensar os passageiros”.