Alcochete – Luz do Tejo

O rio Tejo, guardião da memória e da identidade locais, é a imagem de marca deste concelho de história secular. Mas há mais a descobrir! Há tradições, gastronomia e uma paisagem natural de traços rurais que inspira quem vive ou visita Alcochete. E depois há aquele que é o mais bonito pôr do sol da margem esquerda… até porque Alcochete é, efetivamente, a Luz do Tejo.

Está no Tejo a alma destas gentes. O rio que é inspirador de tradições, de momentos de lazer e de fruição. O rio que é o um dos tesouros do património natural desta terra.

Vista do Tejo, a bela vila de Alcochete tem outro encanto e a bordo do Bote Leão esta pode ser uma experiência única. Um passeio na embarcação tradicional Bote Leão – o “Rei dos Nordestes”, assim denominado pela velocidade e agilidade com que corta as águas do Tejo em dias de vento forte, é garantidamente uma das melhoras formas de ver o casario branco da vila, além de apreciar toda a frente ribeirinha! É inesquecível a experiência de navegar em direção à Reserva Natural do Estuário do Tejo (RNET), a maior zona húmida da Europa Ocidental, e observar as aves que encontram aqui local de abrigo nos períodos migratórios.

Em plena reserva o Polo Ambiental das Hortas é um espaço de lazer, onde é possível apreciar o património natural e participar em atividades como observação de aves, passeios de bicicleta e pedestres ou, simplesmente, desfrutar de um local muito aprazível e tranquilo.

Se for adepto dos desportos de vento, a Praia dos Moinhos reúne as condições ideais para as práticas de kitesurf e, noutra vertente menos radical, de paddle surf. Anualmente, em junho, realiza-se o FIPA – Festival Internacional de Papagaios de Alcochete que dá cor e animação à praia e atrai muitos amantes da modalidade. E, claro, os moinhos de vento que dão nome à praia, também lá estão. São dois e estão atualmente desativados.

O sal, o ouro branco de outros tempos, é um dos produtos mais identitários do concelho. Atualmente é extraído da única salina em laboração no salgado do Tejo pela Fundação das Salinas do Samouco, que mantém os antigos métodos de extração e preservação desta arte antiga.

Inseridas numa Zona de Proteção Especial, as Salinas do Samouco são outro local de eleição para a observação de aves, entre as quais os flamingos, que encontram aqui espaço para se alimentar, repousar, nidificar… e deixar-se fotografar porque quem percorre os trilhos das salinas! Ainda no complexo das salinas, não pode perder a visita ao FestiSAL que, em julho, celebra o património natural e sociocultural associado ao sal, pois Alcochete já foi terra de salineiros.

Do Tejo sai também a inspiração para a gastronomia local. As enguias de caldeirada, num ensopado ou bem fritinhas, e o peixe grelhado são protagonistas dos menus dos restaurantes locais. No capítulo da doçaria, o arroz-doce branco marca a diferença, sem esquecer a fogaça de Alcochete, produto certificado e que reflete uma tradição com 600 anos de história. O Samouco deu-nos o bolo de soda, preservado por jovens doceiras da freguesia.

Em terra firme, Alcochete também é campo e convida a um passeio pedestre por trilhos de acesso fácil, em particular na Herdade da Barroca d’Alva. Se preferir o lado mais urbano, pode sempre optar por um agradável percurso pelas ruas e largos, por entre igrejas, casas senhoriais, bairros típicos, com passagem obrigatória pelo miradouro Amália Rodrigues e pela ponte-cais.

E porque não terminar na zona ribeirinha, local excelente para se deixar envolver pelo intenso pôr do sol e pela variedade de tons, cores e reflexos no rio que fazem de Alcochete A Luz do Tejo.