Além Tejo Boat Ecotours: à descoberta dos muitos encantos da barragem do Maranhão

Antes de arrancarmos com a narrativa, importa dizer que Ricardo Moutinho e Inês Meneses, ambos de 25 anos, chegaram à Vila de Avis, rendidos à beleza natural do Alto Alentejo, decididos a recomeçar da estaca zero rumo ao futuro que idealizam: mais sustentável. Uma ideia com os seus riscos, mas sem impossíveis. Se dúvidas existissem, quem passa pelo Clube Náutico da barragem do Maranhão, na freguesia com o mesmo nome, vê atracado, desde o início do verão, o Além Tejo Boat Ecotours, um barco movido a energia solar, que promete um dia bem passado – do primeiro ao último momento – sem abalar a natureza, elemento dominante do cenário.

O casal de sócios começou por desenvolver a ideia de conceber um projeto dedicado ao alojamento local, mas rapidamente se aperceberam que a falta de atividades na vila “era o problema”, conta Ricardo Moutinho em entrevista à Ambitur.pt, um filho de Avis e que lhe conhece todos os cantos. Concordaram, por isso, em moldar-se às necessidades do mercado e encarar a aposta no turismo naútico.

E propostas não faltam à recém-fundada Além Tejo, uma embarcação eletro-solar não poluente (da portuguesa Sunconcept) construída a partir de cascos em fibra de vidro: passeios ao pôr do sol, prática de paddle, provas de aromáticos vinhos e licores produzidos na região, observação de aves e muito mais. Mas o que mais impressiona os passageiros é “não existir o barulho do motor nem cheiros a gasolina”, sublinha Ricardo Moutinho.

A duração média dos passeios varia entre hora e meia a três horas, com preços a partir dos 15 euros. Todos eles são realizados no Clube Náutico da barragem, reconhecido por ser o centro de estágios de remo de equipas nacionais e internacionais. À parte das atividades, a empresa permite ainda o aluguer de pranchas de paddle e organiza roteiros pedestres dentro e ao redor da Vila de Avis.

Através do projeto, os fundadores pretendem dinamizar o interior do país, sobretudo a pré-histórica Vila de Avis, com um castelo e muralha mandados construir por D. Afonso II ao Grão Mestre D. Fernão Anes. A esse objetivo pretendem ainda aliar a promoção de produtos regionais.

No futuro, o objetivo é expandir para outros locais do Alentejo, já que, prossegue Inês Meneses, co-fundadora da empresa, no resto do país “parece ser muito ambicioso” para já.