“Alentejo e Ribatejo tem vantagens competitivas na procura e na oferta face a outras regiões”

O recente fim-de-semana acaba por marcar simbolicamente o arranque da retoma turística no Alentejo e Ribatejo? E qual a previsão para os próximos meses? Estas foram algumas das questões levantadas no webinar “Alentejo no Horizonte”, promovido pela Ambitur e que teve o apoio da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo (ERT Alentejo e Ribatejo).

“Não tenho dúvidas nenhumas de que o Alentejo e Ribatejo tem vantagens competitivas em relação a outras regiões”, começa por dizer António Ceia da Silva, presidente da ERT Alentejo e Ribatejo, evidenciando o valor daquele território: “É a verdadeira região anti Covid: se não descobriram ainda a cura, é procurar uma região como o Alentejo”. A tranquilidade, a paz e os horizontes vastos que caracterizam o Alentejo e o Ribatejo são motivos válidos para o dirigente considerar que os “turistas vão procurar a região hoje e no futuro”.

Para além disso, Ceia da Silva atenta que “há valores, do ponto de vista das dinâmicas turísticas”, que irão permanecer, mesmo no pós-tratamento ou vacina: “As pessoas não vão procurar, de um momento para o outro, os grandes centros ou metrópoles. As pessoas vão descobrir que, na Alemanha, há muito mais do que Berlim ou que em Portugal há muito mais do que Lisboa ou Porto”. E esta procura pelas regiões interiores está a estender-se ao “turista internacional”, vinca o responsável, acreditando que as “vantagens competitivas” do Alentejo e Ribatejo não se prendem apenas com a procura” mas também com a oferta: “Já realizei reuniões com promotores turísticos, inclusive cadeias hoteleiras, que vão, pela primeira vez, investir em Portugal e vão fazê-lo no Alentejo”. Para Ceia da Silva, esta realidade não deixa de ser curiosa: “Em pleno Covid-19, há investidores que, provavelmente, há três meses, investiam em Lisboa ou no Porto e que, neste momento, procuram regiões como o Alentejo”.

“É tão importante a tasquinha de 20 lugares como o hotel de cinco estrelas”

Outra questão que se tem verificado no Alentejo e Ribatejo é que “a taxa de permanência média é hoje superior ao que era nos anos anteriores”, o que significa que, nas “inúmeras reservas que já estão feitas para junho, julho e agosto”, as pessoas “marcam seis a sete dias na mesma unidade”. Esta alteração leva a crer que a “questão da segurança sanitária” é a prova de que há mudanças que poderão permanecer: “Há uma nova tipologia de turista que vamos ter de acompanhar”, realça o dirigente.

No que concerne ao fim-de-semana prolongado anterior, acompanhado pelos feriados de 10 e 11 de junho, o balanço não poderia ser melhor: “Foram, de facto, cinco dias fantásticos e a região atingiu 100% de taxa de ocupação dentro daquilo que é possível ocupar”. E nestas matérias, Ceia da Silva defende que os pequenos e médios empresários “deviam ser recompensados pelo espaço que não podem ocupar”, reiterando por uma “ajuda” vinda da União Europeia, em “termos de financiamento específico e de tesouraria”, até porque “é tão importante a tasquinha de 20 lugares como o hotel de cinco estrelas”. 

Mas há desafios: “A seguir a outubro, esta taxa de permanência cai e só mesmo o mercado internacional” ajudará, atenta o presidente da ERT Alentejo e Ribatejo, referindo que o turista português procurará regiões como o Alentejo e Ribatejo em “fins-de-semana” ou “fins-de-semana prolongados”.

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