Alentejo: “Tudo indica que estaremos com o melhor ano turístico de sempre”

“Um parceiro (do Alentejo) há mais de 20 anos” é assim que Vítor Fernandes da Silva, presidente da Agência de Promoção Turística do Alentejo, descreve à Ambitur.pt o operador alemão Olimar, que escolheu a cidade de Évora para celebrar um dos momentos dos 50 anos de operação.

Família Olimar com Vítor Fernandes da Silva

Enquanto anfitriã deste momento de celebração, a Agência de Promoção Turística do Alentejo assegura que quer continuar a ser um parceiro forte deste operador: “Trabalhamos intensamente com eles e com resultados cada vez melhores”. A prova disso é que “têm cada vez mais produto no Alentejo”, inclusivamente, “há um catálogo especial só para o Alentejo” destinado ao mercado alemão, afirma.

Com o fim do ano a aproximar-se, Vítor Fernandes da Silva faz um balanço muito positivo da atividade turística no Alentejo: “Tudo indica que estaremos com o melhor ano turístico de sempre”. Quando comparado com 2019, “vamos ter mais dormidas” ao nível do mercado interno, sendo que o externo, em setembro, ainda estava 6% abaixo de 2019. Em termos de proveitos, o Alentejo está com 25% a mais do que em 2019: “No geral, todos os indicadores são mesmo muito positivos”, afirma Vítor Fernandes da Silva, reconhecendo, contudo, que uma parte desses proveitos está condicionada pela subida dos preços da energia ou dos alimentos. Apesar dos custos de contexto, o responsável destaca a “margem substancial” que ficou para os operadores da região: “Os preços subiram, mas a procura também aumentou: a lei da oferta e da procura é, assim, a mesma”.

“O turismo em Portugal está bem e recomenda-se”

Apesar do balanço do ano ser positivo, o responsável admite que o grande problema da região é a falta de mão-de-obra: “Já não se trata de mão-de-obra qualificada ou com salários já bastante elevados, não há mesmo pessoas para trabalhar”. E para este desafio, Vítor Fernandes da Silva está esperançoso com a recente alteração da Lei da Emigração, que permite às pessoas dos países da CPLP obterem um visto só para trabalho, algo que antigamente não era possível: “É algo que pode facilitar”. Ainda assim, há um outro problema que passa pelos “estrangulamentos nos consulados” que não têm pessoas para processar os vistos: “Esta é uma alteração que depende do Ministério dos Negócios Estrangeiros”, afirma.

Relativamente à crise que se avizinha para o próximo ano, o presidente da Agência de Promoção Turística do Alentejo não tem dúvidas de que os portugueses vão sofrer um impacto negativo no próximo ano. Mas, em termos de turismo, tudo depende dos países emissores de turistas para Portugal: “Se estiverem em crise, não há turistas para viajar”. Apesar de ser um contexto de “difíceis previsões”, o responsável afirma não estar pessimista: “Podemos não ter um ano tão bom quanto gostaríamos, mas não vamos descer a pique como nos anos de pandemia, até porque o turismo em Portugal está bem e recomenda-se”, remata.

Por: Cristiana Macedo, em Évora