Algarve: 2017 regista taxas de ocupação médias 2% acima do ano anterior

Segundo a Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), a taxa de ocupação média das unidades hoteleiras e empreendimentos turísticos do Algarve situou-se nos 65,5% em 2017, mais 2% do que no ano anterior, tendo o volume de negócios subido 9,7%.

Para a AHETA, os bons resultados alcançados devem-se, sobretudo, ao aumento da procura do mercado alemão (+17,8%) e irlandês (6,1%), bem como pelo crescimento de todos os mercados externos com pouca expressão individual no volume total de dormidas, mas suficiente para compensar a grande descida do principal fornecedor de turistas da região, o Reino Unido (-8,6%). O aumento dos pequenos mercados – Polónia, Suécia, Bélgica, Suíça, Itália, Dinamarca, Canadá, entre outros -, aliado à subida ligeira da procura interna (+1,2%), permitiu que, pela primeira vez na história do turismo do Algarve, houvesse resultados positivos, apesar da quebra verificada no mercado britânico.

Exceto os hotéis de cinco estrelas (- 5,6%) e a zona de Loulé/Vilamoura/Quarteira/Vale do Lobo/Quinta do Lago (- 5,5%), todas as áreas geográficas do Algarve e todos os tipos de estabelecimentos melhoraram as ocupações médias durante o ano, tendo o volume de vendas crescido a um ritmo superior às ocupações. Também o RevPar melhorou 12% para 53 euros, tendo as receitas brutas resultantes da facturação ascendido a mais de mil milhões de euros, dos quais cerca de 760 milhões dizem respeito a alojamento.

Os campos de golfe viram o número de voltas aumentar 5,3% para um total de 1.361 mil. Esta subida está em linha com o que se verificou nos hotéis e empreendimentos turísticos.

Entre os aspetos que mais marcaram o ano turístico de 2017, a AHETA salienta: a desvalorização da libra, – 4% em 2017 e -15% desde o Brexit, o aumento do preço do Jet Fuel em 24% (+84% desde janeiro de 2016), as falências da Monarch, (companhia de aviação e operadores turísticos do grupo), Lauda Air e Air Berlim, assim como os prejuízos causados directamente aos hoteleiros algarvios, consubstanciados em facturação vencida e não paga no montante de mais de sete milhões de euros.

“A falta generalizada de mão de obra continuou a influenciar, igualmente, de forma negativa o setor hoteleiro e turístico da região, constituindo um dos principais estrangulamentos da actividade turística na actualidade”, afirmou a associação em comunicado. Por outro lado, os principais mercados concorrentes do Algarve, designadamente os que se localizam na bacia do mediterrâneo, como a Tunísia, o Egipto, a Turquia, a Grécia, a Croácia, a Eslovénia, o Montenegro, a Albânia, a Itália, Malta, Chipre, Côte D´Azur, Córsega, entre outros,.registaram crescimentos turísticos assinaláveis, nomeadamente os países afectados por situações de instabilidade no passado – Tunísia, Turquia e Egipto.

O alojamento local, por sua vez, alcançou um número de inscrições para cerca de 118 mil camas, ultrapassando a oferta turística oficial (116 mil camas). Estima-se que tenha continuado a , crescer a um ritmo de mais de dois mil camas em cada mês.

Em resumo, O Algarve recebeu, em 2017, nos meios classificados oficialmente 4,2 milhões de turistas, dos quais 1,1 milhões foram nacionais, gerando um total aproximado de 20 milhões de dormidas. Por outro lado, e considerando todos os meios de alojamento, classificados ou não, mais de 7,1 milhões de turistas, a que correspondem cerca de 35,7 milhões de dormidas, fazem do Algarve a maior e mais importante região turística nacional.

“O Algarve foi, ainda, o principal contribuinte liquido para a rubrica “Viagens e Turismo” do país, cujo montante ascendeu a mais de 15 mil milhões de euros”, avança a AHETA. E reconhece: “As perspectivas para o ano de 2018 são de consolidação, não sendo expectáveis aumentos nas taxas de ocupação, embora o volume de negócios possa crescer ligeiramente, induzido, sobretudo, pelo aumento dos preços verificado nos anos transatos”.

A AHETA apela, “vivamente, às entidades responsáveis alguma contenção na divulgação dos sucessos turísticos, na medida em que os resultados estatísticos globais não se reflectem de igual modo nas empresas, os números divulgados são provisórios e têm pouca sustentação técnica, sendo objecto de revisão e correcção posterior em baixa, incluindo os oriundos de departamentos oficiais com responsabilidades nestas áreas”. “Esta situação vem gerando enorme confusão e descontentamento nos agentes económicos que não se revêm nos números anunciados, assim como junto de outras entidades públicas e privadas e população em geral”, conclui.