Algarve posiciona-se como alternativa aos destinos tradicionais do mercado brasileiro

A região do Algarve está a despertar a curiosidade e começa a ser descoberta pelos turistas brasileiros posicionando-se como uma “alternativa cada vez mais apelativa em relação aos destinos tradicionalmente visitados por este mercado (Lisboa, Fátima e Douro)”, defende Carlos Luís, presidente da Associação Turismo do Algarve (ATA). Em declarações à Ambitur, o responsável adianta que em 2017 o Algarve contou com cerca de 42 mil hóspedes brasileiros, um aumento de aproximadamente 37% face ao ano anterior. No que diz respeito às dormidas, superaram as 106 mil, um aumento de 38% face a 2016. No conjunto da procura total externa pelo Algarve, o Brasil ocupou, em 2017, a 14ª posição.

Carlos Luís

“Sendo um turista que viaja sobretudo através de programas organizados por operadores turísticos, a
descoberta da região faz-se, muitas vezes, numa visita que integra outros destinos no seu percurso,
nomeadamente Lisboa e Alentejo, o que faz com que, neste momento, a estadia média do visitante
brasileiro no Algarve não seja ainda muito longa, quando comparada com outros mercados”, explica Carlos Luís.

O mercado brasileiro aprecia cada vez mais aspetos como a cultura, história ou gastronomia como elementos diferenciadores do Algarve enquanto destino turístico, frisa o responsável, adiantando que este tipo de turista valoriza “o caráter autêntico e genuíno das experiências”.

Em simultâneo, a região começa a afirmar-se junto do segmento de luxo, com turistas que apreciam os bons hotéis, a boa gastronomia e os bons vinhos da região, e que procuram locais como a Quinta do Lago, Vale do Lobo ou Vilamoura, exemplifica o presidente da ATA. Daí se explica que a associação tenha deixado de participar na ABAV Expo apostando, pelo terceiro ano consecutivo, na ILTM Latin America, feira dedicada ao turismo de luxo, que se realiza em São Paulo.

Desafios e oportunidades
Para a ATA, o principal desafio passa por dotar os turistas brasileiros de um maior conhecimento face à região, “posicionando o Algarve como um destino apetecível por si mesmo, com um leque de opções muito diversificado no que diz respeito à oferta, propício a estadias mais longas”.

No que diz respeito às oportunidades, Carlos Luís refere que a região tem a seu favor fatores e características da região que devem ser potenciadas junto do mercado brasileiro, tais como a segurança, facilidades de acesso e de transporte, o conjunto de infraestruturas de luxo e de serviços de topo, como os hotéis de cinco estrelas, os restaurantes com estrela Michelin ou experiências exclusivas. Mesmo no segmento Sol & Mar, há oportunidades que podem ser exploradas em termos de divulgação e que têm vindo a despertar o interesse dos turistas brasileiros, tais como as excelentes condições para a prática de desportos aquáticos (com destaque para o surf e mergulho) ou as infraestruturas de apoui existentes na maioria das praias algarvias.

“A perceção do Algarve como um destino para famílias, associado a uma excelente relação de ‘value for
money’, é também um aspeto a valorizar, na medida em que os turistas brasileiros têm, em grande parte, o
hábito de fazer férias em família”, acrescenta o presidente da ATA.

O responsável não deixa no entanto de recordar que existem elementos prioritários que farão toda a diferença no relacionamento da região com o mercado brasileiro: a criação de ligações aéreas diretas entre o Brasil e o Algarve ou a simples existência de uma ponte aérea entre Lisboa e Faro.

*Poderá ler um artigo mais completo sobre a importância do mercado brasileiro para o setor turístico nacional na edição 314 da Ambitur.