Algarve: “Uma abertura descontrolada pode pôr em causa aquela que é a atividade principal da região”

Numa altura em que há dúvidas sobre as regras e medidas a ser implementadas, a Região do Turismo do Algarve (RTA) e a Administração Regional de Saúde do Algarve (ARSA) promoveram, esta quinta-feira, uma sessão de esclarecimento online dirigida aos empresários do turismo sobre “Protocolos sanitários nos Hotéis” no contexto da pandemia Covid-19.

João Fernandes

Numa fase de “reativação” das atividades económicas e de “retoma” das ligações aéreas, João Fernandes, presidente da RTA, avalia estas sessões como essenciais, no sentido em que é possível “esclarecer diretamente com quem tem know-how” sobre as regras que os hotéis devem implementar.

A ocasião serviu para o dirigente agradecer a colaboração da Administração Regional de Saúde do Algarve (ARSA) que, desde a primeira hora, tem auxiliado aquele que é o “motor da economia” do Algarve: o turismo. O fornecimento de contactos, a adequação das medidas, a aprendizagem ou o concertar de estratégias são apenas alguns dos exemplos referidos por João Fernandes daquilo que a ARSA tem prestado à região.

O presidente da RTA agradeceu também ao próprio setor que se mobilizou na altura da chegada da pandemia. Vários empresários organizaram ações de solidariedade com a disponibilização das unidades para “alojar profissionais de saúde”, oferecendo bens como as “500 toalhas para as unidades de atendimento” ou, ainda, a disponibilização de “rent-a-car”.

Também os resultados do Algarve disponibilizados pelo Serviço Nacional de Saúde têm sido fundamentais para a região comunicar lá fora a sua condição de segurança: “São a base para termos voos e mercados emissores interessados. Sem ela, não estaríamos hoje na fase de reativação”, diz.

“Abertura descontrolada pode pôr em causa aquela que é a atividade principal da região”

Para Paulo Morgado, diretor da ARSA (na foto), o momento é de “reflexão” sobre aquela que será a nova realidade, relembrando que o “mundo está confrontado com uma nova doença que veio para ficar”, até que haja uma “vacina” ou um “tratamento eficaz”.

Já sobre o futuro, o responsável não tem dúvidas de que a “economia tem e deve funcionar” mas com “novas regras”, cabendo a cada entidade ter a “consciência” sobre as mesmas, até porque a “doença ainda não atingiu o seu pico”. A boa gestão de Portugal e, neste caso, do Algarve, tem sido notória mas Paulo Morgado sublinha que a “reabertura da economia e do desconfinamento” acarreta riscos, obrigando o setor e as empresas a serem “responsáveis daquilo que é o cumprimento das regras”, evitando a transmissão da doença. O dirigente vai mais longe e afirma que uma “abertura descontrolada pode pôr em causa aquela que é a atividade principal da região”, alertando que “todos estamos ligados” e o “sucesso” dependerá do comportamento de cada um. A reabertura de fronteiras significa que o Algarve vai receber progressivamente turistas estrangeiros e Paulo Morgado realça que o cumprimento das regras deve ser visível a quem escolhe esta região.

O diretor da ARSA apela para uma atitude responsável e de vigilância por parte de quem opera, assegurando que o cumprimento das mesmas não será um “impedimento para desfrutar” dos ativos que “diferenciam o Algarve” enquanto região turística.