Alimentaria&Horexpo estuda nova parceria para 2021

Um “balanço positivo”. É este o resultado da 15.ª edição da Alimentaria&Horexpo. O Salão Internacional da Alimentação, Hotelaria e Tecnologia para a Indústria Alimentar, que decorreu na FIL, no Parque das Nações em Lisboa, no passado mês de março, recebeu perto de 20 mil visitantes.

Num almoço com a imprensa, a diretora da FIL, Fátima Vila Maior, explicou que a organização do evento apostou num novo sistema de controlo de entradas. Em edições anteriores, “havia pessoas que entravam por entrar”, o que motivou a aposta da feira num novo processo, permitindo aos expositores enviar convites, sendo que os visitantes teriam que se registar na plataforma, gerando um bilhete eletrónico. Este novo sistema de controlo permitiu, “através de um algoritmo, colocar alguns dos convidados em stand by”, principalmente aqueles que “não tinham no e-mail uma entidade conhecida”. Ao mesmo tempo, as empresas podiam “monitorizar o estado do envio dos convites”. Todas as novidades foram bem aceites pelos visitantes, garante a responsável.

Dentro desta digitalização, Fátima Vila Maior aproveitou para destacar a necessidade de promoção da Alimentaria&Horexpo nesta vertente. “Temos que ter capacidade e ter clientes que façam parte do nosso ecossistema para podermos enviar informação” de forma setorizada. A responsável apelou para que a “comunidade” possa crescer por forma a ser criada “uma base de dados consistente”.

A responsável referiu-se também aos investimentos feitos de promoção na Feira de mercados classificados como “não habituais”. Fátima Vila Maior congratulou-se com a presença de alguns destinos, como é o caso da Índia, Angola, Brasil e alguns “países nórdicos”, nesta edição.

Para além deste processo de digitalização e de promoção do evento, a organização aproveitou para realizar um inquérito aos visitantes profissionais que participaram na Feira. “A opinião dos visitantes dá-nos ‘luzes’ para as próximas edições”, sustenta. A avaliação dos profissionais internacionais foi muito positiva. A grande maioria referiu que a participação na Alimentaria&Horexpo “valeu a pena porque conheceram empresas portuguesas das quais nunca tinham ouvido falar”, destacando ainda a tipologia de cada empresa: “mais pequenas mas mais sofisticadas e com muito mais valor acrescentado”, indica.

Já quanto aos profissionais portugueses, o inquérito foi feito a 478 inquiridos. “Grande parte vem do canal Horeca ou grossistas e distribuidores”, refere Fátima Vila Maior. 36% participaram pela primeira vez na Alimentaria&Horexpo e 35% são visitantes regulares. Já 68% dos inquiridos consideram que o evento é ótimo para realizar negócios e 64% chegaram mesmo a identificar uma oportunidade de negócio. A maioria dos participantes no inquérito (90%) estão “satisfeitos” ou “muito satisfeitos” com todo o evento.

A responsável referiu que estes resultados representam o esforço em “fidelizar o que temos” ao mesmo tempo que o evento consegue “ir buscar novos” visitantes. “Há muitos players novos no mercado”, admite a diretora da FIL, acrescentando que “os convites são o meio de comunicação mais efetivo” para divulgação do evento.

Próxima edição não conta com a parceria da Alimentaria Barcelona

Depois de 28 anos sob a chancela “Alimentaria”, em 2021 o evento vai ter outro nome. A informação foi revelada por Fátima Vila Maior, referindo que o contrato com a Alimentaria Barcelona, e que permitia o uso do nome no evento português, terminou e não está prevista a sua renovação.

Mas, para a responsável, esta será uma oportunidade de uma “necessária atualização” do formato, até porque o evento tem “impacto e importância” no setor. “Os números falam por si: 98% das entidades e compradores dizem (que a feira) é fundamental”, refere.

A organização está à procura de parceiros, estando em fase de consulta nacional e internacional. A diretora da FIL diz que a base do evento está “nas parcerias e pontes com players portugueses e internacionais. Vivemos em grupo, em parcerias e macrossistemas e por isso só assim faz sentido”, sendo certo que o evento de Barcelona se manterá como um parceiro “não em termos de coorganização mas, provavelmente podemos ter alguns entendimentos face ao mercado português e espanhol” mas “tudo está em aberto”, indica.

A diretora da FIL aproveitou, ainda, o encontro com os media para abordar a necessidade de “olharmos para as nossas feiras com mais ambição”. O grande desafio passa por duplicarmos a área da FIL, lembrando que, daqui a oito anos, “vamos ter mais do dobro da área. Nessa altura, vamos poder concorrer noutro campeonato”, remata.