Alojamento Local, financiamento e fiscalidade continuam a ser preocupações da AHP (com fotogaleria)

No seu discurso de tomada de posse como presidente da Associação da Hotelaria de Portugal, numa cerimónia que decorreu, ontem, no Altis Grand Hotel, em Lisboa, Raul Martins destacou algumas das atuais preocupações da associação, começando por frisar os problemas associados ao Alojamento Local. “A lei da oferta e da procura estimulada pelas novas tendências de consumo, os novos padrões de intermediação digital e a sucessiva entrada no mercado de novas formas de alojamento para turistas, obriga-nos a intervir. Estamos confiantes que nos diplomas que vão ser revistos pelo governo serão introduzidos os ajustamentos que atendam e respondam a estes novos desafios. É imprescindível intervir em profundidade sobre a regulação do Alojamento Local. Há outros países e cidades que têm implementado soluções e Portugal teima em negar que existe aqui um problema”, afirmou o responsável, criticando também a “alteração à lei hoteleira feita contra o entendimento dos empresários”, mas que o ministro da Economia afirmou que iria eliminar minutos mais tarde.

Raul Martins lembrou que o setor aguarda “os instrumentos financeiros anunciados pelo Governo para capitalização das empresas e capital de risco” e frisou que “para manter a hotelaria competitiva” é necessário que os apoios do Portugal 2020 cheguem também aos três destinos principais (Lisboa, Madeira e Algarve), uma vez que “são os que têm mais carga e mais uso”. Para o presidente da AHP é importante ainda que se encontrem “linhas específicas de apoio financeiro às unidades e projetos que precisam de tesouraria para investir na sua modernização e equipamento sob pena de não poderem continuar a atrair a procura”.

À “necessidade e obrigatoriedade” de um “levantamento dos encargos administrativos que recaem sobre o setor”, junta-se a necessidade de “repensar o modelo de repartição dos resultados do IVA turístico, de uma forma mais equitativa na distribuição pelos municípios que geram mais receita”.

Na mesma ocasião, Raul Martins afirmou que a AHP “está e estará sempre contra as taxas turísticas quando elas não tenham contrapartidas diretas para o Turismo e que apenas sirvam de suporte financeiro a autarquias em dificuldades”. O presidente da associação afirmou ainda que é objetivo da AHP conseguir que haja uma “maior participação dos privados no Turismo de Portugal, em especial no capítulo da promoção turística, de forma a aumentar o fluxo turístico em todas as regiões”. A associação entende também que deve existir  “uma coordenação com os outros setores que, direta ou indiretamente, tenham impactos no turismo”.

Afirmando que fala-se “muito sobre a importância do Turismo, mas poucas vezes se tem a perceção do que representa a hotelaria e do seu impacto direto e indireto na sociedade portuguesa”, Raul Martins relembrou que, “atualmente, o investimento realizado pelos empresários da hotelaria corresponde a mais de 16 milhões de euros, num total 235 mil camas distribuídas por hotéis, hotéis apartamentos e pousadas”. Ao nível da faturação, e de acordo com os números do INE de 2015, ultrapassa os 2,5 mil milhões de euros de faturação.

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