ANA Aeroportos adota UV-C Robot para desinfetar superfícies a 360º através de radiação ultravioleta

O Aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, serviu ontem de “palco” para a apresentação do UV-C Robot, totalmente fabricado e desenvolvido em Portugal, numa parceria entre o INESC TEC e a DCSI PRO, desta feita com o apoio da ANA – Aeroportos de Portugal. O robot procede a uma desinfeção a 360º de superfícies e espaços através de radiação ultravioleta, respondendo aos desafios impostos pela covid-19. 

O diretor do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, Fernando Vieira, afirma que a ANA – Aeroportos de Portugal e a Vinci Airports “procuram andar na linha da frente relativamente às melhores práticas e, especialmente, a soluções inovadoras” estando sempre interessadas nelas caso sejam de “interesse comum” e “possam ser importantes para o negócio aeroportuário”.

Quando em março, no início da pandemia, “começámos a ver que não tínhamos passageiros a nossa preocupação foi tomar imediatamente medidas para que, logo que possível, fosse retomada a operação e a confiança dos passageiros”, sublinha o diretor. Assim, “procurámos ser ágeis e andar depressa” e “aplicámos nos aeroportos da nossa rede variadíssimas soluções que conferissem segurança às pessoas”, nomeadamente, em termos de:  redefinição dos fluxos dos passageiros, com as devidas distâncias no check-in e controlo de segurança; investimento em sinalética e informação sonora para avisar do uso de máscara e dos produtos de desinfeção espalhados pelo aeroporto (em cerca 400 locais); a separação física com barreiras de acrílico; medição da temperatura dos passageiros à chegada e a adoção de soluções contactless, entre outras.

Fernando Vieira argumenta, por isso, que também “os aeroportos têm todo o interesse e condições para terem sistemas destes robustos e inteligentes”, como o UV-C Robot.

Desinfeção autónoma a 360º

O UV-C Robot começou a ser desenvolvido pelo INESC TEC – Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência, de acordo com um projeto a curto prazo que visava o “desenvolvimento de um robot com a capacidade de desinfeção”, conta o investigador José Lima. O INESC acabou por recorrer a uma plataforma robótica já utilizada para outros projetos, com bastante know how, e foi feita a ‘ponte’ com a DCSI PRO.

Por sua vez, Fernando Ferro, CEO da DCSI – que integra o Grupo Fernando Ferro e Irmão -, explica que “a nossa base é a engenharia mecânica, elétrica, automação e robótica na área industrial e em equipamentos especiais desenvolvidos à medida do cliente”. A DCSI PRO já tinha então “sistemas destes a funcionar em outras áreas” e foi apenas “adaptar”. “Acreditámos que aquilo que o INESC TEC tinha acabado de fazer seria ‘fácil’ mas algo interessante para nós pudermos tentar industrializar com um designer apelativo e soluções técnicas a acrescentar”, adiciona.

Fernando Ferro comenta que: “Olhámos para isto, no contexto que estávamos a viver, como uma oportunidade de ajudar a combater este flagelo da covid-19 e porque as empresas têm de se readaptar.”

Coube a Luís Riquito, do departamento de automação da DCSI PRO, explicar melhor o funcionamento do UV-C Robot e as suas especificidades. O Robot utiliza lâmpadas UV-C 600W – no topo e laterais, na horizontal e vertical – que podem “desinfetar todo o tipo de vírus e bactérias” para uma desinfeção autónoma e contínua a 360º dos espaços. Esta desinfeção é também rápida e permite selecionar as superfícies a higienizar. Além disso, incorpora uma câmara térmica para a deteção de pessoas e obstáculos e, nessas circunstâncias, “recalcula as rotas”.

O carregamento do UV-C Robot é “simples” e as baterias das suas lâmpadas funcionam com uma autonomia de duas horas a 100%. O Robot movimenta-se a uma velocidade de 1.35 metros por segundo, demorando cerca de 4 minutos a “degradar o coronavírus” numa superfície de 25 m2. Mais informações em: https://www.m-tec.pt/dcsi-pro/.