ANA Aeroportos: Capacidade em venda para agosto já está perto dos 50% face a 2019

Fronteiras abertas e necessidade de ligações aéreas são, talvez, as questões fulcrais que permitirão ao turismo em Portugal ver a tão desejada “luz ao fundo do túnel”. No entanto, “sem destinos a funcionar, não há turismo”. A afirmação foi feita por Francisco Pita, CCO da ANA Aeroportos de Portugal, no primeiro webinar da Ambitur “Lisboa no Horizonte”, que contou com o apoio da Entidade Regional de Turismo da Região de Lisboa (ERT Lisboa).

Para o responsável, a “grande motivação” de quem faz uma viagem está nos “destinos” e naquilo que cada um tem para oferecer, seja hotéis, praias, museus ou restaurantes, pelo que há necessidade de haver aqui uma “correlação a vários níveis” para que “exista uma visibilidade muito grande dos mercados sobre as medidas” da aviação e do turismo que terão de implementar para “recuperar os diferentes negócios”. A este cenário, acresce ainda a questão da confiança no seu restauro. “Mas, para tal, as pessoas têm que saber no que têm de confiar” e a “visibilidade das medidas” é algo que ainda está bastante “crítico”. Paralelamente, é necessária uma “homogeneidade” das medidas nos diferentes mercados e setores: “Não parece fazer sentido haver medidas diferentes, nomeadamente, na aviação. Tem, de facto, de haver uniformidade que permita aos passageiros saber com o que podem contar”.

Não restam dúvidas do impacto que esta crise sanitária deixará nos rendimentos: “Acreditamos que nos vai acompanhar durante algum tempo”, afirma Francisco Pita, perspetivando que a retoma da atividade em Lisboa será lenta. No entanto, neste momento, “estamos a ver uma retoma muito progressiva marcada pelo ritmo de abertura dos vários mercados”, algo que o responsável denomina como “desconfinamento geográfico”: à medida que algumas geografias vão sendo “desconfinadas”, assiste-se a um “interesse acrescido” por parte das companhias aéreas em lançar voos para, como é o caso, destinos dos “mercados Schengen ou de proximidade”, refere, acrescentando que o que se está a assistir é “as companhias aéreas a colocarem operações com alguma expressão para meados de julho. Neste momento, a capacidade começa a ser colocada em venda para agosto, que já está perto dos 50% em relação ao ano passado”. No entanto, Francisco Pita refere que estes números correspondem à “capacidade”, ou seja, a “intenções de voos” por parte das companhias. “Vamos ver qual será a reação dos passageiros a esta procura que está a ser colocada no mercado”, diz o responsável, acreditando que os meses de junho e julho servirão como barómetro, respondendo à grande incógnita de “como é que o procura vai responder”.

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