ANA nega proposta de aumento da operação do aeroporto de Lisboa durante a noite

A ANA -Aeroportos de Portugal esclareceu ontem, em comunicado enviado à imprensa, que “não apresentou nenhuma proposta” à Câmara de Lisboa no sentido de aumentar a operação no Aeroporto Humberto Delgado durante a noite. “A ANA Aeroportos de Portugal não apresentou nenhuma proposta no sentido de alterar o ‘night curfew’, com o objetivo de diminuir o período noturno de operação reduzida do aeroporto”, pode ler-se nesta nota.

A ANA responde assim ao presidente da Câmara Municipal, Fernando Medina (PS), que se manifestou “frontalmente contra” o alargamento do horário de funcionamento do Aeroporto Humberto Delgado em período noturno, apontando que os lisboetas não podem sofrer as consequências que daí advêm. Fernando Medina expôs esta posição na reunião descentralizada do município, que decorreu na quarta-feira à noite, afirmando que “o aeroporto é a principal fonte de ruído na cidade de Lisboa” e que esta situação “resulta do que é o aumento do tráfego no aeroporto”.

Falando na “possibilidade de virem a ser alargados os voos em horários noturnos”, Fernando Medina vincou que “a posição do município foi frontalmente contra este alargamento”. O presidente da Câmara de Lisboa apontou também que, mesmo cabendo “à gestora da infraestrutura a aplicação das mediadas de contingência”, o município está “muito atento” à questão do ruído e do impacto na qualidade de vida dos lisboetas.

A empresa gestora das infraestruturas aéreas salienta que “o objetivo de redução de ruído é feito continuamente, tendo sido inclusivamente lançada recentemente uma consulta pública onde estas medidas são identificadas”. Entre as medidas, a empresa destaca a “instalação de um sistema de monitorização de ruído, em contínuo; a elaboração regular de mapas de ruído; a implementação de sistemas tecnológicos que permitem reduzir o ruído quando as aeronaves estão estacionadas; a restrição de uso de reverse- thrust; o condicionamento à realização de testes de motores; e a adoção de medidas pontuais de isolamento acústico em edifícios com uso sensível ao ruído (a implementar)”.

A ANA salienta ainda que “suporta totalmente a preocupação da Câmara Municipal de Lisboa na gestão do impacto da sua atividade para os moradores de Lisboa, nomeadamente no esforço para a redução do ruído”.