António Costa: Portugal “tem de estar agradecido” ao setor do turismo”

“Quando se ouve muitas vezes falar que o setor do turismo tem externalidades negativas, eu diria mesmo que um setor que investe 600 milhões de euros, representa 17% de exportações e 8% da população ativa, só pode ser um setor a que o país tem de estar agradecido pela sua dinâmica e capacidade de iniciativa dos seus empresários”, afirmou durante um encontro em Gaia promovido pela Confederação do Turismo Português, indica a Lusa.

No Dia Mundial do Turismo, António Costa aproveitou para anunciar “um novo instrumento tendo em vista apoiar a sustentabilidade no setor do turismo, com um programa de 10 milhões de euros”.“Este é um contributo importante, também pelo forte impacto que pode ter junto das populações residentes, dos territórios onde se inserem as unidades turísticas, de forma a fazer a sociedade participar de forma mais ativa no que é o desenvolvimento do setor”, sustento.

Para o primeiro-ministro, “o setor do turismo não tem contribuído só para o turismo” e tem um fortíssimo contributo desde logo a montante na ativação de um conjunto de setores”, nomeadamente a indústria agroalimentar, do mobiliário, dos materiais de construção civil, setor da construção civil, indústria naval e também todo o setor dos transportes”. “Porque se hoje temos um constrangimento, que é o forte crescimento da capacidade das nossas infraestruturas aeroportuárias, isso também se deve ao facto da fortíssima dinamização que o turismo tem induzido na atividade aeroportuária”, sublinhou, considerando este “um mal que é um bom sinal”.

Reiterou por isso que “o turismo é um setor hoje da maior importância” e “tem um contributo muito significativo para o crescimento” da economia nacional, representando 17% do total das exportações, e “com mais de 40 mil postos de trabalho criados no último ano e meio, o que significa que emprega hoje 8,2% da população ativa em Portugal”.

Para que esse crescimento possa prosseguir, Costa defendeu que “há um conjunto de fatores essenciais”, desde logo “manter uma imagem de país seguro”, mas também a criar condições para o investimento, conseguir quebrar a sazonalidade e a concentração da oferta, investir na formação dos recursos humanos, reforçar o crescimento sustentável e “continuar a valorizar este setor que não está esgotado no seu potencial”.

Durante o encontro foi também lida uma mensagem do Presidente da República, que não pôde estar presente “por alteração de agenda internacional”, mas que quis assinalar a “qualidade e diversidade da oferta do serviço”, o “esforço notável de promoção do país” e a “crescente redescoberta de Portugal como um dos melhores destinos do mundo”. Defendeu ainda ser “essencial que o aumento de procura seja ligado à cultura de todo o território” e à “valorização de tudo o que é autêntico e genuíno”, destacando que “sem euforias, há fundamentadas razões para celebrar e termos mais esperança em Portugal”.

*Foto de Lusa