A APAT – Associação dos Transitários de Portugal criticou a ANA Aeroportos pela “falta de visão, abstendo-se de qualquer investimento no departamento de carga” e pelo facto de os atuais terminais de carga dos aeroportos de Lisboa e Porto não reunirem “as condições necessárias para exponenciar a competitividade das exportações portuguesas”, segundo a Transportes em Revista.
Na sequência de notícias publicadas que referem a intenção do Governo em ter um novo aeroporto de Lisboa em 2019, a associação refere: “andamos há mais de 30 anos a ouvir sobre intenções de resolver as problemáticas das infraestruturas aeroportuárias nacionais. São inúmeras as oportunidades de negócio que se viram goradas pela falta de concretização das sucessivas e, claro está, bem-intencionadas, promessas políticas. Deparamo-nos, novamente, com a intenção de arrancar, em 2019, com um projeto que já devia ter sido iniciado há muito”.
A APAT salienta ainda que “a ANA tem revelado uma criteriosa falta de visão, abstendo-se de qualquer investimento no departamento de carga, do que será exemplo a sua inércia perante a necessidade urgente da tomada de iniciativas que contornem a realidade dos procedimentos de segurança se terem tornado uma entropia no movimento de mercadorias por via aérea, nos aeroportos do Porto e de Lisboa”.
Por exemplo, no aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, a APAT revela que desde meados de Novembro e à semelhança do que já se passou no aeroporto de Lisboa, o cenário é de carga amontoada (por falta de espaço) e espalhada pelos terminais, fora do perímetro de segurança, cujo acondicionamento e bom estado não têm sido devidamente garantidos pelas entidades aeroportuárias que, além do mais, se eximem de qualquer responsabilidade quanto a eventuais prejuízos provocados por esses mesmos procedimentos de rastreio.
Os transitários salientam também que “não havendo empresas com disponibilidade para investir, a solução terá de passar por ser a ANA a disponibilizar meios de rastreio nos terminais de carga. É, atualmente, incomportável, permanecermos impassíveis perante este contínuo desinteresse pela carga”, adiantando que, “é natural que a opção dos compradores se fixe nas entidades que consigam reunir as condições logísticas que permitam colocar o produto nos mercados a que respeitem, tornando-se imperativo assevera-las, sob pena de continuarmos a assistir o desvio do «main core» desses negócios para Espanha e para os países do norte da Europa.”