Esta foi uma das mensagens passada por Nuno Fazenda, secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, no 48º Congresso da APAVT, que se realizou entre 30 de novembro e 2 de dezembro, no Porto. O governante afirmou que “o turismo é real e não artificial” e frisou acreditar que “o setor do turismo encontrará a inteligência coletiva para garantir que continua a ser autêntico e genuíno, porque é isso que faz a diferença e que tem feito de Portugal dos melhores destinos do mundo”.
O secretário de Estado lembrou que “Portugal tem crescido, queremos continuar a crescer, mas queremos crescer bem, com sustentabilidade, autenticidade e genuinidade”.
Como desafios para o futuro, Nuno Fazenda apontou a continuação da aposta no desenvolvimento turístico do interior pois “um país mais equilibrado é um país mais competitivo”, bem como a valorização e melhoria das condições dos trabalhadores do setor e dos aspetos que remetem para a autenticidade e genuinidade”. O secretário de Estado lembrou que “Portugal tem crescido, queremos continuar a crescer, mas queremos crescer bem, com sustentabilidade, autenticidade e genuinidade”.
“Em 2023, podemos afirmar que esse sentimento de incerteza se transformou numa certeza: a quase certeza de que vamos ter o melhor ano de sempre do turismo”
Nuno Fazenda aproveitou a ocasião para fazer um balanço do que foi feito durante o seu ano de mandato à frente da pasta do Turismo. E recordou que, há um ano atrás, quando fez a sua primeira intervenção pública também no congresso da APAVT, nos Açores, a palavra que reinava era “incerteza” quanto ao futuro da economia e do turismo. “Em 2023, podemos afirmar que esse sentimento de incerteza se transformou numa certeza: a quase certeza de que vamos ter o melhor ano de sempre do turismo”, sublinhou.
Resultados que se devem às empresas, reconheceu o governante, pois são o motor da economia do turismo, mas também aos trabalhadores, às instituições e às políticas públicas, apontou, no sentido de terem favorecido este crescimento.
Olhando para esse mesmo congresso de 2022, Nuno Fazenda lembrou que o tema era “fazer”, tendo na altura deixado algumas mensagens: resolver os problemas do imediato, das respostas às empresas; e não tirar os olhos do futuro e fazê-lo em proximidade. Lembra que, no que diz respeito ao primeiro ponto, assumiu o compromisso de, em três semanas, se pagarem 70 milhões de euros a mais de 25 mil empresas, e conseguimos, com o Turismo de Portugal a fazer das tripas coração, e isso é fazer com sentido de urgência”, justificou. Além disso, foi criada a linha Consolidar+ Turismo, para dar resposta à necessidade das empresas poderem dilatar os empréstimos contraídos durante a pandemia.
Na dimensão do futuro, foi identificada como prioridade a coesão territorial, e Nuno Fazenda frisa que “elegi como prioridade política dar mais força ao interior”, sem prejuízo da importância estratégica de destinos mais consolidados. Foi assim elaborada uma Agenda do Turismo para o Interior e lançadas nove das 12 medidas que constam dessa agenda, havendo já projetos aprovados, públicos e privados.
Também a pensar no futuro, o secretário de Estado do Turismo chamou a atenção para o défice de recursos humanos sentido no setor e, nesse sentido, foi lançada a Agenda para as Profissões do Turismo 2023-2026, para responder ao desafio de melhorar as qualificações e atrair mais talento para o setor do turismo, explicou o governante. Já no âmbito da reprogramação do PRR, foram afetados 20 milhões de euros, mais 10 milhões de euros do Turismo de Portugal, para valorizar as escolas do Turismo de Portugal. E, adiantou Nuno Fazenda, têm sido desenvolvidas campanhas para reforçar o nível de atração de alunos para o setor.
Outra questão essencial no fator humano é a dimensão salarial que, nos últimos 10 anos, cresceu sempre a dois dígitos, à exceção dos dois anos da pandemia, disse o responsável. Mas, alertou, “hoje os salários ainda estão 30% abaixo da média da economia”, embora “temos verificado que vários operadores e grupos têm aumentado muito acima do que está previsto no acordo de rendimentos, aumentos de 10% ou mais. E essa é a aposta certa. Porque quem quer vingar e ter viabilidade no que respeito à sua atividade no turismo deve apostar na valorização das pessoas e das suas remunerações”, defendeu.
Por fim, as empresas, com a abertura este ano de 400 milhões de euros de sistemas de incentivos de apoio às empresas, e a aprovação, pelo Turismo de Portugal, de 250 milhões de euros para as empresas portuguesas reforçarem a sua competitividade.
No que se refere à projeção de Portugal no mundo, Nuno Fazenda garantiu que também aí muito foi feito, e muito há ainda por fazer, tendo sido reforçados os recursos para a promoção turística. No quadro do apoio de rendimentos, esses recursos foram reforçados em 25 milhões de euros, lembrou, reforçando também nessa medida as regiões, “atribuindo mais meios face ao que havia no passado para cumprirem a sua missão”. No domínio da promoção externa, “tivemos mais ambição nos recursos” através da participação em feiras internacionais, com a maior presença de sempre na ITB e na WTM, e, para o próximo ano, será a vez da Fitur, onde “vamos ter a maior presença de sempre, juntando atores públicos e privados, o espaço nacional com espaços regionais, duplicando o espaço que tivemos em 2023”.
Por Inês Gromicho