APECATE: “As atuais medidas precisam de ser reforçadas e rapidamente”

Ambitur.pt está a auscultar as várias associações do país no sentido de que partilhem com os nossos leitores a sua visão, mais de 15 dias depois da declaração do Estado de Emergência.

António Marques Vidal, presidente da direção da APECATE – Associação Portuguesa de Empresas de Congressos, Animação Turística e Eventos, responde às nossas questões.

Como caracteriza a APECATE, depois de 15 dias da ativação do Estado de Emergência, o estado das empresas vossas associadas?
As empresas estão paradas. Não há trabalho.

Existe alguma previsão de curto prazo relativamente ao futuro da atividade das mesmas?
Não se prevê qualquer atividade nos próximos tempos. Em 1º lugar teremos de sair do regime de contenção extremo em que vivemos, depois ser possível voltar a ter movimento de pessoas em lazer (o que não sabemos quando vai acontecer), depois ser possível voltar a poder acontecer eventos. Diria que o ano de 2020 está perdido (podem existir exceções).

O que preocupa mais a associação neste atual momento de gestão de crise?
A preocupação é a mesma, mas já com algumas medidas implementadas.

1º Manter os empregos e a cadeia de valor, desde os funcionários aos fornecedores (estes estão muito desprotegidos, são recibos verdes ou micro empresas).

2º Manter as empresas abertas e com capacidade para voltar a funcionar.

As medidas tomadas até à data vão no caminho certo, mas ainda são muito limitadas.

A única linha que tem funcionado é a do Turismo de Portugal, com o micro crédito. A nossa proposta é que retirem os apoios da área da banca e os passem para o Turismo de Portugal. Este tem provado que sabe o que é o nosso setor e está muito mais habilitado a fazê-lo.

Têm sido auscultados pelo Governo e participado no desenhar de soluções já aplicadas?
Sim, tem existido um excelente diálogo com a Secretaria de Estado do Turismo. Algumas medidas foram completamente atendidas, outras ainda estamos a trabalhar para as melhorar.

As atuais soluções precisarão de ser reforçadas, e em que altura?
As atuais medidas precisam de ser reforçadas e rapidamente. O nosso setor necessita muito que, muito além das medidas de manutenção dos empregos, se pense no crédito às empresas, que deve ser reforçado e simplificado, possibilitando que todas as empresas tenham acesso (o que não acontece hoje em dia, os bancos estão a levantar muitas questões e a propor juros, além que o prazo de pagamento em quatro anos não é adequado) .

Reforço o que já disse em cima. Os apoios deveriam vir via Turismo de Portugal, deve ser esta a entidade financiadora.

Há números de que se possam falar ao nível do emprego destruído até agora, e naquele que poderá ser o curto prazo?
O numero correcto não temos mas podemos falar entre 50.000 a 100.000 empregos diretos e indiretos.